O resultado desfavorável no processo de apreciação do projeto da Reforma Trabalhista, mais um vez, não é o que parece à primeira vista.
Indubitavelmente foi uma vitória a ser comemorada pelo PT e pelos opositores da reforma. Mas não devida a eles. Foi manobrada por Renan Calheiros que ainda procura mostrar poder e sua aproximação com o PT de Lula. Com vistas à sua reeleição e a de seu filho em 2018.
Aproveitou a ausência de Sérgio Petecão e, com o voto de dissidentes que seguiram a sua orientação, derrotou Romero Jucá, Marta Suplicy e, indiretamente, Michel Temer.
Foi um claro descuido de Jucá e Marta. Ou teria sido mais um lance estratégico, que só a Teoria da Conspiração explica? Eles sabiam muito bem do risco que era a ausência de Sérgio Petecão (a favor) e a sua substituição por Otto Alencar (contra), declaradamente seguidor de Renan. Não manobraram para adiar a votação. Ação que a oposição usa frequentemente para evitar resultados desfavoráveis.
O resultado não foi nenhuma surpresa. Mas não obsta a continuidade. Seria isso que o Governo queria? Se esse era o objetivo, foi mais um "golpe" contra a oposição, que teria caído na esparela. Não conseguiu obstar o andamento.
Agora terá que passar pela Comissão de Constituição e Justiça, antes de ir a plenário. Comissão essa presidida por Edson Lobão. Depois vai a plenário.
O quanto irá custar ao Governo aprovar o projeto, nas suas duas próximas etapas. Quem irá pagar? Não parece haver no mercado, mais tantos "Joesleis da Vida" dispostos a tal. Restam apenas as ferramentas ou as canetas do próprio Governo.
Estará o Governo efetivamente disposto a usá-las nas circunstâncias atuais?
Será por motivos programáticos ou pragmáticos?
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