Uma outra visão sobre os serviços tecnológicos

Os aplicativos usados em smartphones são os maiores agregadores de valor aos próprios smartphones. 
O negócio principal é o serviço de comunicação, que se torna o principal meio de cobrança dos usuários dos aplicativos. 
Para ampliar o seu mercado a empresa de telecomunicação transforma o aparelho de telefonia móvel numa ferramenta. Que pode ser oferecido praticamente de graça ou com baixo custo e cobrado pelo uso dos serviços. Ou melhor pela disponibilidade dos serviços. Para operadora o ganho maior está na não utilização de serviços colocados à disposição do usuário, em relação ao custo de aquisição do aparelho do produtor industrial. 

Para o usuário final o custo real da aquisição do aparelho está no acréscimo do valor do seu "pacote de serviços". O que é cobrado sem que muitos usuários deem conta de que estão pagando.

A forma como o consumidor ou usuário final paga pelos produtos gera uma impressão diferente dele com relação à composição setorial do PIB, ou seja, da economia como um todo.

Na economia moderna, amplamente globalizada e com a China tendo-se tornada uma grande e supostamente a maior produtora industrial de bens finais,  um país como o Brasil pode viver sem ter uma indústria.

Pode importar todos os produtos industriais que a sua população demanda, gerando renda e emprego sobre os valores agregados aos bens industriais. 

Precisará, em contrapartida, produzir e exportar commodities para gerar as divisas para pagar as importações.

Esse modelo é viável graças a China que tornou-se o maior comprador das commodities brasileiras. 

Graças, em termos. A China compra as commodities brasileiras não só porque precisa. Mas para que o Brasil tenha recursos para importar os produtos industriais chineses.

Essa relação de trocas   seria desfavorável  para o Brasil que exporta muito mais toneladas de commodities para importar quilos de produtos industriais.  O que é uma comparação inadequada. O mais relevante é o valor adicionado pelo trabalho e não pelo peso. 

Numa primeira visão econômica o Brasil estaria ganhando pois a produtividade do trabalho na produção de grãos agrícolas, como a soja, é muito superior a da produção industrial. Em média, um trabalhador no agronegócio gera muito mais valor adicional do que o trabalhador na indústria. 

Diversamente do que se imagina a produção do agronegócio não é mais intensiva em trabalho, com milhares de lavradores trabalhando na enxada e com arado puxado por animais. Todo o ciclo é feito com apoio de enormes maquinas, controladas pela tecnologia da informação e pouca utilização da mão-de-obra. 

Cada trabalhador do agronegócio brasileiro gera muito mais valor do que o trabalhador industrial na China. E muito mais que o trabalhador industrial no Brasil. 

Visto sob outro ângulo o resultado seria desfavorável ao Brasil. Estaria exportando pouco emprego e importando muito emprego. Estaria gerando mais emprego no exterior do que internamente. 

Sob esta lente social ou do trabalho, seria uma situação desfavorável. Poderá ser também do ponto de vista econômico, porque o que vai gerar produção e emprego é a atividade econômica no comércio e nos serviços agregados ao produto físico. A questão é se essas atividades nos setores terciários da economia seriam suficientes para gerar todos os empregos necessários. Teriam capacidade de absorver toda força de trabalho ativa e alcançar o pleno emprego?

   

   

  


 

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