Até o início de 2015, quando calouros dos cursos de engenharia da Poli e de outras faculdades prestaram os seus vestibulares, prevalecia a perspectiva de que os "os engenheiros recém-formados não precisariam buscar as empresas. As empresas buscariam os engenheiros" e não encontrariam o suficiente para atender suas necessidades.
A Operação Lava-Jato já estava em curso e iniciava-se um novo mandato da Presidente Dilma, com um Ministro da Fazenda, de origem liberal, dando curso a um ajuste na economia, principalmente um ajuste fiscal. Mas as perspectivas e crenças eram de que o Brasil seguiria o mesmo rumo anterior e a necessidade de obras continuaria requerendo volumes crescentes de engenheiros. "O futuro ainda era róseo".
Alguns meses após, o quadro e as perspectivas são inteiramente outras.
O futuro dos estudantes de engenharia está relacionado com os seguintes fatores principais:
- perspectivas gerais de evolução da economia brasileira e, mais especificamente de quando ocorrerá a inflexão positiva;
- perspectiva dos investimentos, tanto na construção civil como de aquisição de máquinas e equipamentos;
- da evolução diferenciadas entre os setores da engenharia;
- da restruturação empresarial da engenharia, em função da "desconstrução criativa" provocada pela Operação Lava-Jato;
- dos avanços tecnológicos no planejamento, projeto, implantação e gerenciamento dos empreendimentos, incluindo as "disrupturas inovadoras";
- características do mercado de trabalho futuro, seja de empregos como do trabalho por conta própria (individual ou empresarial).
Tecnologias
- O padrão tecnológico futuro será uma evolução do atual, com inovações graduais, predominantemente no sentido de melhoria da produtividade e economia de mão de obra;
- O setor terá uma forte disruptura, afetando a composição empresarial;
- a disruptura emergirá a médio prazo e só se efetivará a longo prazo.
Mercado de trabalho
- o setor financeiro continuará sendo o principal mercado para os engenheiros melhor preparados;
- o mercado de engenheiros civis tenderá a exigir profissionais mais afinados com as novas tecnologias;
- o mercado público será menos atraente pelos riscos de atraso no pagamento dos salários e eliminação da aposentadoria pelos mesmos valores do serviço ativo.
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