O futuro dos jovens engenheiros no Brasil



Até o início de 2015, quando calouros dos cursos de engenharia da Poli e de outras faculdades prestaram os seus vestibulares, prevalecia a perspectiva de que os "os engenheiros recém-formados não precisariam buscar as empresas. As empresas buscariam os engenheiros" e não encontrariam o suficiente para atender suas necessidades.

A Operação Lava-Jato já estava em curso e iniciava-se  um novo mandato da Presidente Dilma, com um Ministro da Fazenda, de origem liberal, dando curso a um ajuste na economia, principalmente um ajuste fiscal. Mas as perspectivas e crenças eram de que o Brasil seguiria o mesmo rumo anterior e a necessidade de obras continuaria requerendo volumes crescentes de engenheiros. "O futuro ainda era róseo". 

Alguns meses após, o quadro e as perspectivas são inteiramente outras.

O futuro dos estudantes de engenharia está relacionado com os seguintes fatores principais:

  1. perspectivas gerais de evolução da economia brasileira e, mais especificamente de quando ocorrerá a inflexão positiva;
  2. perspectiva dos investimentos, tanto na construção civil como de aquisição de máquinas e equipamentos;
  3. da evolução diferenciadas entre os setores da engenharia;
  4. da restruturação empresarial da engenharia, em função da "desconstrução criativa" provocada pela Operação Lava-Jato;
  5. dos avanços tecnológicos no planejamento, projeto, implantação e gerenciamento dos empreendimentos, incluindo as "disrupturas inovadoras";
  6. características do mercado de trabalho futuro, seja de empregos como do trabalho por conta própria (individual ou empresarial).
Todas essas questões serão tratadas em evento próximo que vou conduzir no  Instituto de Engenharia. Adianto aqui, os cenários síntese dos dois últimos itens.

Tecnologias
  1. O padrão tecnológico futuro será uma evolução do atual, com inovações graduais, predominantemente no sentido de melhoria da produtividade e economia de mão de obra;
  2. O setor terá uma forte disruptura, afetando a composição empresarial;
  3. a disruptura emergirá a médio prazo e só se efetivará a longo prazo.



Mercado de trabalho
  1. o setor financeiro continuará sendo o principal mercado para os engenheiros melhor preparados;
  2. o mercado de engenheiros civis tenderá a exigir profissionais mais afinados com as novas tecnologias;
  3. o mercado público será menos atraente pelos riscos de atraso no pagamento dos salários e eliminação da aposentadoria pelos mesmos valores do serviço ativo.

 

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