Agricultura familiar - Um grande equívoco político


A política pública voltada para a agricultura familiar é populista e tende a perpetuar a pobreza no meio rural.

O objetivo público deve ser o de transformar a agricultura familiar em base (ou alavanca) para o seu desenvolvimento em agricultura patronal de pequeno e médio porte. 

O confronto entre agricultura familiar e patronal, além de falso, restringe as possibilidades de crescimento da empresa rural de pequeno e médio porte. 

O pequeno produtor rural se transformar em patrão não pode ser considerado heresia. Deve ser comemorado com avanço e não como um "retrocesso". 

O crescimento do microempreendimento rural é uma das condições essenciais para geração de emprego e renda, na área rural. 

A sua contenção, por razões ideológicas (ou político-eleitoral) vai contra a melhoria de vida da população rural. E os torna permanentemente dependente dos programas sociais governamentais.

A agricultura familiar precisa ser tratada como questão econômica e não apenas social.

O que não é aceitável é que se considere o microempreendimento rural como inviável econômicamente e sem condições de crescimento. E que, por isso, deve ser permanentemente assistido socialmente pelo Estado.

Usam-se os motivos ideológicos para perpetuação de uma dependência eleitoral. 


Alternativas para a agricultura familiar


A principal estratégia seria a maior integração da produção do pequeno empreendimento rural nas cadeias de valor dos alimentos.

É importante, começar a substituir o conceito de agricultura familiar, pequena propriedade rural, para o de micro e pequeno empreendimento rural. Isto é, passar a considerá-lo como uma unidade econômica produtiva. 

Uma primeira condição é o associativismo. Seja na forma de cooperativas agrícolas, consórcios ou associações. 

As maiores agregações de valor na cadeia produtiva alimentar estão na logística, comercialização e na marca. 

Cerca de 50% do valor final do produto alimentício pronto para consumo, fora os impostos, estão na logistica, comercialização e marketing. Nos produtos "in natura" ou semi-beneficiados o preço pago pelo comprador no supermercado, contém menos de 20% do produtor agricola.


O beneficiamento uma tendência 

Uma importante tendência que afeta a agricultura familiar é o beneficiamento industrial com a comercialização fracionada, como já ocorreu com o arroz e feijão, dois dos principais produtos da agricultura familiar.

Agora essa tendência está alcançando a mandioca, com efeitos positivos e negativos para a agricultura familiar.

De um lado há a expansão de demanda, de outro a maior parte da apropriação de valor está fora da agricultura familiar.

A alternativa está na associação dos produtores para a assumir - primeiramente - o beneficiamento e o fracionamento. Para em seguida, ou concomitantemente, assumir a logística e a comercialização.

É uma perda de oportunidade da agricultura familiar deixar que empresas assumam a industrialização da farinha de tapioca, aproveitando a nova moda urbana. 


(cont)

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