Um bom resultado, mas ,,.

O ano começa com a apresentação de um bom resultado da economia brasileira em 2016.
A balança comercial apresentou um superavit de US$ 47,7 bilhões, com exportações de US$ 185,2 bilhões e importações de US$ 137,5 bilhões.
Apesar de um número impressionante no superavit, sendo o maior da história, é um indicador da continuidade da crise econômica brasileira e a conjugação de fatores adversos que tem a castigado. 
O valor do superavit comercial é um mau resultado. Só indica que 2017 poderá ser muito melhor, embora - paradoxalmente - com superavit menor. 

As exportações brasileiras continuaram em queda, decorrente de 3 fatores externos adversos, um fator interno ainda com baixa recuperação e um fator climático, igualmente adverso.
256.039.574.768
226.246.755.801
29.792.818.967
482.286.330.569

Em 2011 - ano pico do crescimento da economia brasileira - o Brasil exportou US$ 256 bilhões, passando a partir dai a uma curva descendente, até chegar ao patamar de US$ 191,1 bilhões em 2015. A expectativa de um início de inflexão foi frustrada por adversidades climáticas. E 2016 apresentou nova queda ficando em US$ 185,2 bilhões, uma queda adicional de 3,5 %.

Os fatores externos adversos estão todos relacionados a queda das cotações internacionais dos principais produtos de exportação brasileira: grãos, minério de ferro e petróleo. Neste último o fator externo promoveu um resultado final favorável com um superavit na conta petróleo. Nos grãos apesar da quebra das safras dos seus produtos ainda exportou mais em volumes, embora insuficientes para retomar o crescimento, o que deverá ocorrer em 2017, com uma safra recorde.  

185,2 bilhões de dólares de exportações brasileiras não é um bom número. Ao contrário, mas deverá ser o menor patamar da crise atual.

A safra de grãos já em fase de colheita deverá ser recorde, a exportação de açúcar ainda mantém dinamismo, os preços do minério de ferro e do petróleo estão em recuperação. Na celulose a perspectiva é de cotações menores, mas os volumes deverão ser crescentes.

O trumpismo deverá ser favorável ao Brasil nas commodities. Mesmo com a eventual redução de compras da China.

Já em relação aos produtos manufaturados, Trump será desfavorável pelas restrições às importações. 

Mas dada a participação ínfima das exportações brasileiras no contexto mundial ainda há um grande potencial, em que pesem fatores adversos de competitividade.

O principal mercado está na América do Sul, com a superação de dois grandes empecilhos: o foco limitado na Argentina e as preferencias ideológicas. O maior potencial de crescimento está na integração latino-americana, incluindo o México. 

O processo de continentalização que se coloca como alternativa á globalização absoluta poderá favorecer a América Latina e dentro dela o Brasil. Já está em andamento por opções estratégicas de várias multinacionais. Elas estão mudando o foco voltado apenas ao Brasil para o conjunto da América Latina.

Os macroeconomistas, o Governo e a própria sociedade ainda não se conscientizaram dessa mudança. 

Enquanto o total das exportações caiu em 3,09 % em 2016, em relação a 2015 puxado pelas quedas dos grãos, minério de ferro e petróleo bruto, os semi-manufaturados cresceram em 5,67 % e os manufaturados em 1,55 %. Em dezembro, as exportações de manufaturados superaram os básicos, embora esses continuem maiores no total do ano. 

Os manufaturados foram puxados para cima pelo aumento das exportações de automóveis, que cresceram 38,76% de 2015 a 2016, com destaque das exportações para a Argentina. Houve ainda um substancial aumento para os EUA, o que não deverá se sustentar com Trump, mas também para o Chile e Colombia. 

Em 2017 a indústria automobilistica deverá liderar o aumento das exportações de manufaturados, independentemente das variações macroeconômicas. Decorrerá das opções estratégicas de médio e longo prazos definidas pelos comandos mundiais desses grupos. Por essas estratégias deverão ser definidas quotas de destinação por paises, não sofrendo grandes alterações em função das variações cambiais.


















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