Fracasso nas exportações industriais

O setor de máquinas e equipamentos  tem uma atuação intensa no comércio exterior, tanto nas exportações, como nas importações. 
Com a desvalorização cambial era de se esperar que as importações fossem reduzidas e as exportações ampliadas.
A primeira situação vem ocorrendo, menos pela elevação dos custos do que pela redução dos investimentos no país.
Mas as exportações também estão caindo, o que é um mau indício. 
As razões da queda precisam ser adequadamente analisadas para avaliar as medidas para a revitalização.

Sub setores

Segundo a NCM o setor envolve 3 capítulos:

83 - 
84 - Reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos, e suas partes;
85 - Máquinas, aparelhos e materiais elétricos, e suas partes; aparelhos de gravação ou de reprodução de som, aparelhos de gravação ou de reprodução de imagens e de som em televisão, e suas partes e acessórios 

A ABIMAQ reune as empresas do capítulo 84, e adota uma setorialização pela destinação das máquinas e equipamentos.

Em função da disponibilidade de dados públicos (MDIC - ALICE) as análises aqui serão feitas pelos, capítulos da NCM, focadas, principalmente, no capítulo 84.

Diversamente do que ocorre com as commodities, cuja razão para a queda das exportações decorre da desaceleração da economia chinesa, provocando uma elevada depreciação, as máquinas e equipamentos eram e são exportados para os países desenvolvidos, principalmente os EUA.

Tampouco são exportações concentradas no Mercosul, tendo a crise argentina como principal explicação como no caso dos veículos automotores. 

O principal mercado de exportações brasileiras de máquinas e equipamentos são os EUA e para esse país que ocorre a queda das exportações. Centrada na queda dos volumes (medidas em kg exportados).

O que explica essa queda?

Não pode ser uma crise econômica, pois os EUA, seguem com um pequeno crescimento, porém com crescimento, ao contrário do Brasil.

Se mesmo com o dólar nas alturas o setor de máquinas e equipamentos brasileiros não conseguem nem sustentar o nível de exportações alcançado em 2014, o que falta? 

O setor ainda não está satisfeito com o nível atual do dólar, considerando a necessidade de um patamar de R$5,00/dolar. A insatisfação com a cotação do dólar é sempre uma desculpa para não exportar mais. A argumentação adicional é a volatilidade dessas cotações, uma vez que o setor trabalha com importações de partes e peças.

Outro fator importante que estaria contendo as exportações seria a redução dos financiamentos às exportações.

Exportação industrial é ainda uma das poucas esperanças para o Brasil retomar o crescimento e sair da crise. 

A queda das exportações, em vez de crescimento, como esperado é a questão estratégica mais importante, nas circunstâncias atuais.

O Governo lançou, no início do ano, um Plano Nacional de Exportações, que pelo jeito não começou a ser implantado ou não está funcionando.

O objetivo declarado é ampliar os mercados, buscar novos mercados, mas o problema maior presente é sustentar as posições em mercados já abertos, em mercados já conquistados. 

Os problemas são externos às empresas ou de responsabilidade interna? Há ainda receio das empresas em ampliar as suas fatias de exportação, com importações? 

Com o fracasso das exportações industriais o Brasil vai ter que ficar na expectativa de uma "virada" no mercado de commodities?


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