Terceirização e modernização

Terceirização é modernização desde que se aceite que a globalização e a organização produtiva é baseada na cadeia de valor seja modernidade. 

O sistema produtivo mundial se organizou - logo após a II Guerra Mundial, portanto nos anos cinquenta do século passado - em cadeias produtivas organizadas e geridas pelas grandes multinacionais. Com as suas diversas etapas espalhadas por todo o mundo. 

O que as levou a adotar esse novo modelo de negócios foi a produtividade com custos mais baixos do trabalho. 

O modelo funcionou bem com a migração da produção industrial para países então menos desenvolvidos e desenvolvimento da demanda nos países mais desenvolvidos. O lema era "vocês produzem barato nós compramos."

Esse crescimento da produção industrial fora dos centros de consumo sempre associou, ao longo do tempo, produtividade e custos mais baixo da mão-de-obra. O primeiro caracterizado como modernização do processo produtivo e o segundo como precarização do trabalho. 



A retirada das restrições à terceirização não irá gerar mais empregos imediatamente. O mais provável é um processo de substituição.

Sem um crescimento de demanda, as empresas não vão produzir mais, e sem maior produção não haverá mais empregos. A terceirização ampla não afeta, de imediato, a demanda. Portanto, não geram, de pronto novos empregos.

O aumento de empregos se baseia na suposição de que com a terceirização haverá aumento de produtividade e, com isso, maior competitividade das empresas brasileiras, diante das estrangeiras. Tanto no mercado interno, como externo.

Maior competitividade de uma empresa nacional, em relação a uma outra empresa nacional pode significar soma zero. O aumento de produção e de empregos na mais competitiva pode significar menor produção e demissões na menos competitiva.

A terceirização ampla só terá efeitos sobre a demanda a médio prazo se com os ganhos de produtividade, reduzir os preços e provocar, pelo barateamento dos produtos, o seu maior consumo. 

Mas não é um argumento usado amplamente. Porque os empresários querem aproveitar as eventuais melhorias de margem, para aumentar os lucros: para repor ou compensar as perdas anteriores. 

Com essa estratégia de reposição dos lucros perdidos não haverá impactos favoráveis aos empregos. 

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