Guerra e não apenas uma crise política

Gostaria muito de mandar uma mensagem positiva e otimista a todos os leitores, em relação a 2016, cumprindo um ritual tradicional e manter um espírito otimista,  construtivo e de luta, mas não o consigo em função do lema deste blog. 
E a razão principal, está  exatamente desse espírito de luta dos outros, ou melhor dos adversários.
Gostaria, como a maioria dos brasileiros que o "sabotador mor da República" desistisse se rendesse e se entregasse. Ele não tem escapatória. "Se entrega Corisco!"
Qualquer madrugada receberá a visita do "japonês da federal" que o convidará para uma temporada no mais  importante resort brasileiro: em Curitiba.

"Entrego não".
Mas pelo seu instinto de sobrevivência, pelo seu espírito de luta, usa de todos os meios ao seu alcance para permanecer como deputado federal e presidente da Câmara, aproveitando essas posições, para todas as sua ações e, principalmente, para o contra-ataque, para as retaliações.
Enquanto sobrevive continua atirando.

Busca postergar o que achamos inevitável, mas ele, certamente, dentro do espírito festivo de mudança de calendário, acredita, bota fé, num "feliz ano novo". Que significará para ele livrar-se dos seus desafetos.

Não importa a ele, se a sua felicidade implica em infelicidade dos outros, na infelicidade do Brasil.

Enquanto ele não for defenestrado de suas posições e for preso, a crise política prosseguirá. Alimenta a guerra.

Nada o demoverá da sua luta. Por que é de sobrevivência, lutando contra uma doença incurável. 

Os seus desafetos também estão doentes e lutam pela sobrevivência. Com igual tenacidade.

São todos grandes lutadores. São heróis. Mas do mal. Reconhecidos e respeitados pelos seus. Odiados pelos contrários como bandidos que se recusam a morrer. Que se recusam a perder.

O confronto é natural da guerra. A sociedade brasileira ainda se recusa a aceitar que estamos enfrentando uma "guerra" e usa o eufemismo de crise política. 

A expectativa é que essa guerra tenha uma batalha final ainda dentro do primeiro semestre de 2016. Depois de contados, enterrados ou recolhidos os mortos e feridos, os sobreviventes buscarão a recomposição do que sobrar.

Não posso, pelos motivos acima, mandar mensagens de feliz ano novo, ao meus leitores e seguidores. Não temos como nos livrar dessa guerra política. 

Neste período natalino e de festas de mudança de ano, temos uma trégua. 
 
Em 2016 temos que cuidar da nossa sobrevivência. E a condição primeira é desatrelar a economia da política. 

A crise econômica não é consequência da crise política. Mas foi afetada por ela, porque o Governo - com apoio da sociedade - optou por uma estratégia que dependia de uma paz política, baseada na posição hegemônica do Governo.

O Governo apostou tudo num único caminho: o do ajuste fiscal, com a aprovação de várias medidas pelo legislativo. Com o ajuste acreditava que restabeleceria a confiança dos agentes econômicos privados, tanto os produtivos como os apenas investidores. E com o restabelecimento da confiança a economia voltaria a crescer.

Com o enfraquecimento político do Governo, desde o primeiro mês do novo mandato, refletido nas pesquisas de opinião, não se conseguiu implantar o ajuste pretendido, o Brasil teve as suas notas de crédito rebaixadas, culminando com a perda do grau de investimentos. 

Joaquim Levy, não tendo conseguido implantar a estratégia requerida pelo mercado financeiro, entregou o cargo, e deixou a Presidente livre para mudar as estratégias básicas.

A nova estratégia parece ser o de tirar o foco das questões conjunturais e colocar na pauta principal reformas estruturais. As quais tem o apoio do mercado financeiro e produtivo, mas a oposição do PT e das áreas de esquerda: as reformas previdenciárias e trabalhistas. 

Enquanto se debatem essas reformas no Congresso, o novo Ministro da Fazenda terá tempo para negociar com os agentes  econômicos privados, as medidas de reativação da economia, que independem do Congresso.

A economia que é predominantemente movida pelos agentes privados, tem funcionar, no meio dos bombardeios, no meio dos escombros e não ficar esperando que a guerra política termine para se restabelecer. 

Não adianta continuar tentando restabelecer a normalidade econômica nas áreas conflagradas pela guerra política. 

Essa terá que ser buscada em novos campos. Esses existem, estão em funcionamento. Mas obscurecidos pela crise e também contaminadas por ela.

A primeira condição e reconhecer esse "Brasil que ainda vai bem"  e ai podemos ter a esperança de um ano novo, melhor que o anterior. 

Ler o que não está escrito me mostra que temos uma "guerra política" e não apenas uma crise política que está afetando a economia. Visto por este ângulo não há como ser otimista e ter esperanças de 2016 melhor do que 2015.

Mas, também, ver o que não é mostrado, me faz perceber partes deste imenso Brasil que ainda tem muita força e está em funcionamento. 

Ver por ai, me permite desejar aos meus leitores, sem ser por mera fomalidade, cortesia ou hipocrisia:

 BOAS FESTAS E FELIZ ANO NOVO!



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