A redução da taxa de juros promovida pelo Banco Central afetou de imediato o mercado financeiro, mas não teve impactos diretos sobre o mercado de trabalho. Não há, de imediato, a substituição do custo de juros por um custo de emprego. Até porque, a redução dos juros para as empresas chega amainada. Para as pessoas físicas, quase imperceptíveis.
Até ter um impacto significativo no mercado de trabalho há um longo caminho.
O efeito teórico seria de ampliar as compras, principalmente de bens duráveis, cujas compras são feitas predominantemente a crédito.
Com a redução dos juros haveria uma predisposição maior das pessoas em voltar a trocar o seu carro, assim como comprar um carro novo para o filho ou filha que entrou na faculdade.
Haveria também um estimulo à renovação do equipamento eletroeletrônico doméstico.
Poderia ainda favorecer maior uso do cartão de crédito ou do cheque especial.
Mas apenas daqueles que ainda tem trabalho e renda média para cima. A baixa renda continuaria sem condições e interesse em compras a prazo.
A maioria ainda não estaria segura em relação ao futuro.
Os desempregados, além de não se arriscarem, não teriam crédito, sem a carteira de trabalho assinada.
O impulso dado à emergência da nova classe média através da financeirização das famílias de baixa renda, não se sustentou, resultou numa grande massa de endividados e uma das bombas que ao estourarem fizeram eclodir a crise que hoje vivemos.
O grande incentivo será dado por feirão de "limpeza do nome", promovido por entidades financeiras, comerciais e de avaliação de crédito para renegociar os débitos, parcelar as dividas e abrir pequena margem para novas compras.
O comércio já estaria trabalhando num patamar superior de vendas, em função do barateamento das mercadorias, embora a população continue achando tudo muito caro. A sensação ou o fato de que o preço hoje está inferior ao da semana passada estimula o impulso de compra. O consumidor, ainda com renda, acha que ainda está caro, mas está barateando e acaba comprando um pouco mais. No conjunto promove um volume maior de vendas no comércio, gerando maiores contratações. Parte não será captada pelas estatísticas oficiais por ser um movimento informal.
Não será um movimento provocado pela redução dos juros básicos, mas essa poderá acelerar a reanimação do consumo daqueles que ainda tem trabalho e/ou renda.
O mercado de empregos só será retomado, de forma sustentada, com o reingresso sucessivo de novos empregados, nas diversas atividades.
(c
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