Por que são poucos sindicalistas no Congresso? (6)

Melhora da produtividade x emprego

A análise econômica difundida pela mídia, dominada pela visão capitalista chamada de liberal ou néo-liberal (por razões teóricas) tem como foco a produtividade, que é a relação entre o uso de fatores (trabalho, equipamentos, terra e outros) e a produção obtida.

Defendem e difundem, com base nas teorias capitalistas que aprenderam, que o Brasil só se desenvolverá com o aumento da produtividade. E que para isso é preciso investir em inovação.

Mas o que eles escondem é que atrás do conceito e índices de produtividade, está a redução do trabalho.

Partem do preconceito de que o trabalhador brasileiro é improdutivo e que com a redução dos contingentes de trabalhadores se obtém maior produtividade. 

O pressuposto é que com os ganhos de produtividade, através da redução do uso do trabalho e dos demais fatores, a produção brasileira se torna mais competitiva e poderia vender mais. O que é uma mistificação.

A produtividade e consequente competitividade não depende apenas do fator trabalho. É uma conjugação de fatores e cada qual não pode ser avaliado isoladamente.

De toda forma, o advindo da chamada Revolução 4.0 é irreversível e as inovações tecnológicas continuarão avançando, interferindo fortemente na composição do trabalho.

De um lado a automação, robotização e similares avançará fortemente na produção industrial, eliminando muitos empregos de "chão de fábrica". Mas será predominante nas grandes empresas, com produção em massa. Ainda em grande parte as empresas industriais brasileira são de pequeno porte e de produção e demanda locais, cuja condição de competitividade está na proximidade dos mercados. São condições mais relevantes do que as tecnologias mais avançadas. A introdução das tecnologias poderá ocorrer mais em apoiar um trabalho humano mais produtivo e não de substituí-lo. 

De outro as tecnologias digitais facultam o desenvolvimento de novas atividades, com trabalho humano, mas não necessariamente, como empregados.

O caso mais conhecido e difundido é o de aplicativos de chamada de automóveis para transporte individual. Popularizado pelo nome do principal operador, o Uber. Os aplicativos "tipo Uber" tem facultado o trabalho de milhares de pessoas, em regime independente, por conta própria. Os quais nas estatísticas gerais são classificados como "informais". 

A redução geral dos índices de desemprego não está ocorrendo por um aumento de empregos formais, que caracterizam a relação celetista, mas pelo aumento dessas formas distintas ou alternativas.

(cont)




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