Política industrial industrial

A política industrial brasileira deve ser formulada e praticada pelos industriais. 
No entanto, os industriais brasileiros foram formados num ambiente de comando estatal da atividade industrial e não conseguem se libertar desse jugo cultural. Por que não interessa a eles.
Dessa forma, estão - com poucas exceções - inteiramente voltados para o mercado interno e dependentes dos estímulos dados pelo Governo. Estão sempre esperando pela cenoura que o Governo acena à sua frente, enquanto por trás só levam chutes. Por isso estão sempre reclamando, e não saem disso.

Quando falam em política industrial, para horror dos economistas ortodoxos, é no sentido de política governamental. Para eles não existe política industrial fora do Governo.
Diante do total enfraquecimento econômico e político do Governo esperar que ele comande uma política industrial é contar com a ajuda de um moribundo. E com herança maldita.
A indústria brasileira está afundando e irá afundar mais esperando "por Godot".

(Esperando Godot é uma peça teatral famosa, de Samuel Becket, encenada várias vezes no Brasil, onde dois mendigo passam o tempo todo esperando por uma figura que nunca chega. O simbolismo de quem é Godot fica à interpretação da cada um).

A alternativa da indústria brasileira é assumir, ela mesma, a política industrial brasileira. Para não confundir com as políticas governamentais, contra as quais há muitas contestações e adversários, a opção é formular estratégias de desenvolvimento industrial, ou estratégias de reindustrialização.

Essa estratégia deve ser formulada pelas entidades representativas da indústria, buscando alianças estratégicas com os trabalhadores e com o Governo.

Com o Governo a proposição principal é "não atrapalhe!". Não queira dizer à indústria o que e como fazer. Isso ela sabe fazer. Não precisa que burocratas os digam.

O problema hoje da indústria é que entidades industriais e que industriais podem assumir a liderança para propor, discutir e conduzir essas estratégias?

Não será a CNI, a FIESP, FIRJAN e outras que estão todas cooptadas pelo Governo. Ou melhor, "penduradas" no Governo de plantão. 

A reindustrialização não depende apenas de investimentos, de superação do "custo Brasil" e de outros obstáculos. Depende, fundamentalmente da emergência de novas lideranças, com novas mentalidades.






 

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