Plano estratégico para o agronegócio amplo (3)

O agro-serviços tem segmentos com mercado difuso com participação de um grande número de empresas independentes, pouco integradas setorialmente e outros altamente cartelizado, com poucas empresas com amplo espectro setorial.

Na logística terrestre convive o transporte rodoviário, com ampla diversidade de empresas operadoras e infraestrutura aberta com o transporte ferroviário, com poucas empresas explorando uma infraestrutura de acesso limitado. 

Além do mais essas empresas estão voltada para a carga mineral e são parte ou associadas aos carregadores (ou "donos das cargas"). No agronegócio a principal ferrovia é a Rumo, atualmente integrante de um grupo sucro-alcooleiro, seu principal cliente. O que gera (ou pode gerar) discriminação de outros clientes. 

A logística marítima é cartelizada, com o domínio de poucas empresas, mas todas elas dedicadas ao transporte maritimo, sem vinculação com os carregadores. 

A Cia Vale do Rio Doce era uma das poucas empresas com frota própria, através da Docenave, mas com a transformação em VALE, após a privatização, se desfez dessa atividade. Mantém ainda sistema ferroviários dedicados, como a EF Carajás e EF Vitória-Minas, com abertura parcial para terceiros. 

Na área de petróleo & gás ainda há uma forte integração da cadeia produtiva, num mesmo grupo empresarial. No Brasil a Petrobrás abarcou um grande número de atividades, da qual está se desfazendo. No petrologistica um subsetor do petro-serviços a Petrobras ainda tem a Transpetro e a BR Distribuidora.

O agronegócio, com a exceção da citada Rumo, não participa diretamente da construção da infraestrutura, tampouco da operação da agrologística. Uma relevante questão estratégica é de como e quanto a agropecuária podem ou devem participar da agrologística? 

A agropecuária, apesar da insatisfação e das reclamações, sempre contaram com os investimentos públicos e dos serviços operacionais de terceiros para escoar a sua produção. De forma ineficiente e cara mas que dava conta.

As perspectivas futuras são que o sistema logístico será insuficiente, ou tão cara que inviabilizará o escoamento, e sem poder contar com uma logística ineficiente. O ineficiente será substituido pelo insuficiente.

Sem perspectivas de poder contar com investimentos públicos não adiantará à agropecuária reivindicar e pressionar o Governo para realizar as obra necessárias.

Terá que contar exclusivamente com recursos privados. 

E para isso tem três opções:


  1. esperar, rezar, contar que investidores privados se interessem em investir e operar sistemas logísticos para atender às demandas da agropecuária, isto é, da agrolavoura. A grande torcida e esperança é pelos investimentos chineses;
  2. mobilizar-se para atrair investidores privados para investir nesses sistemas logísticos;
  3. ela mesmo investir, como está fazendo a Rumo.


A rodovia é por demais aberta, mas as estradas vicinais que atendem preponderante ou totalmente a produção agropecuária terão que ser assumidas pela própria agropecuária ou não existirão. 

A agropecuária terá que assumir a elaboração de um plano de "capilarização" do sistema logístico para atender ao agronegócio. E a partir dai negociar os investidores públicos e privados. 

Os "investidores públicos" serão os congressistas que poderão direcionar as suas emendas parlamentares para essa rede. Serão os poucos recursos públicos disponíveis para investimentos, em função do sistema político vigente.

Esses planos poderão ser de âmbito estadual.

(cont)

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