Plano estratégico para o agronegócio amplo

Para avaliarmos a possibilidade do agronegócio amplo ser o motor do desenvolvimento econômico brasileiro, vamos aqui tentar a utilização de uma metodologia básica do planejamento estratégico.

Qual é a visão desejada para o agronegócio brasileiro amplo, em 2035 e em 2050? As datas selecionadas estão em linha com as definidas pela FAO e outras organizações internacionais em relação às perspectivas futuras da agropecuária no mundo.

"Ser o maior "participante" mundial de alimentos (ou proteinas), prontos para consumo humano."

Na ponta final do consumo de alimentos (comida), seja residencial como "fora de casa" deverá estar presente um insumo produzido no Brasil.

"um insumo do agronegócio brasileiro em todas as comidas do mundo".

"neste momento alguém está comendo uma comida com insumo brasileiro" (parafraseando a Coca-Cola).

O que o Brasil deve fazer para alcançar essa visão?

Quais são os seus pontos fortes, quais são os pontos fracos?

O principal ponto forte é ainda a disponibilidade de terras agriculturáveis, associada à produtividade nas grandes plantações. O Brasil tem alta competitividade na produção agro-pecuária dentro das fazendas.

O maior ponto fraco é a deficiência logística que anula, grande parte das vantagens "dentro das fazendas".

O outro ponto fraco é o baixo grau de processamento das matérias primas. Mesmo quando processadas industrialmente, ficam nas fases iniciais, o que caracteriza o Brasil como exportador de commodities de origem agrícola.

As lideranças do agronegócio amplo devem ter propostas viáveis para superação desses dois pontos fracos.

Na questão dos custos logísticos o agronegócio precisa mudar a sua postura, passando de uma posição lamentativa, reivindicadora e voltada para o Governo, para assumir uma posição proativa e independente do Governo.

O Brasil precisa ter uma rede logística para sustentar o crescimento do escoamento da produção agrícola para exportação. 

O agronegócio não pode ficar esperando pelos planos governamentais ou pelos investimentos públicos. 

Precisa apresentar a sua proposição de rede logística para atender às suas necessidades ou demanda.

Precisa assumir a liderança, com a visão estratégica de que o Brasil precisa superar a deficiência logística, para alcançar a visão acima sugerida.

Precisa se sobrepor às visões de transporte, que ainda dominam  as proposições, com disputas entre modais, ou de padrões técnicos.

A proposta do agronegócio deve ter como base:


  • um sistema estruturado por ferrovias, com:
    • interligações entre as diversas redes, dando alternativas aos "carregadores" de destinos para as suas cargas;
    • ferrovias no modelo aberto ("open acess") ou com direitos de passagem amplos e assegurados, assim como condições de não discriminação;
    • implantação de ramais ou outras ferrovias, segundo o modelo de "espinha de peixe";
    • uma rede rodoviária de alimentação às ferrovias;
    • terminais de interligação;
  • o financiamento privado da infraestrutura;
  • o desenvolvimento de operadores logísticos privados;
  • superação das pendências tributárias. 
(cont)















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