Uma pequena retomada da taxa de investimentos está animando os analistas a prever substanciais aumentos dos investimentos em infraestrutura, nos próximos anos, baseados em históricos anteriores. O que não deverá ocorrer.
Isso porque os investimentos em infraestrutura, no passado, foram predominantemente estatais, ou com forte participação estatal, através de PPPs, formais ou não. Com a total falência econômica do Estado, sem condições políticas de continuar aumentando a carga tributária, obrigado a conter os gastos, os investimentos em infraestrutura terão que ser privados, o que muda substancialmente a lógica decisória.
Os principais investimentos previstos ou desejados estão no setor de transportes, com ênfase ainda no setor rodoviário. Segundo previsões de consultoria especializada, deverão ser investidos no setor, em 2018, R$ 35,7 bilhões, dos quais R$ 12,2 bilhões no rodoviário, com uma queda em relação a 2017, que tem uma previsão de R$ 13,8 bilhões. Os quais dificilmente serão efetivados.
Para isso se contava com a renovação antecipada de contratos de concessões rodoviárias, com a realização de investimentos. Ou a devolução de concessões, para serem relicitados. Para destravar o processo era necessária uma legislação específica, que foi encaminhada na forma de Medida Provisória e convertida em lei (nº 13.448 de 05/06/2017). Mas até agora não foi aplicada em nenhum caso específico, dados diversos impasses.
Por outro lado, os principais grupos nacionais detentores de concessões estão inabilitados ou debilitados, sem condições de assumir novos compromissos ou mesmo de levantar financiamentos. Seja nos bancos oficiais como nos bancos privados.
Esses grupos são predominantemente de construtoras, interessadas nas obras e não na operação. Com a execução das obras iniciais - que correspondem à maior parte dos investimentos, ou seja, do capex - algumas procuraram transferir os contratos para operadoras. Na inexistência de operadoras nacionais, grupos estrangeiros ocuparam esse espaço.
E não se deram bem. Não obtiveram a rentabilidade esperada, não conseguiram se capitalizar e tem dúvidas se continuam ou voltam a apostar no Brasil.
(cont)
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