Os eleitores evangélicos e a bancada evangélica

O crescimento da população evangélica, principalmente nas camadas da população mais pobre e dentro delas dos jovens, vem se refletindo no eleitorado. O resultado efetivo tem sido o aumento progressivo da chamada bancada evangélica ("da bíblia"), no Congresso Nacional e influência crescente nas eleições majoritárias.
Esse fenômeno social ainda é pouco percebido, a não ser de forma preconceituosa pela opinião publicada, aparentemente ainda dominada pela população católica. E analisada inadequadamente pelos sociólogos e cientistas políticos, predominantemente favoráveis ou adeptos das teorias de esquerda, que vêem na evangelização um enfraquecimento dos movimentos de esquerda. Com perda de espaços desses e ocupação dos mesmos pelas igrejas evangélicas. Por conta desses avanços os supostos cientistas assacam logo sobre as igrejas evangélicas o epíteto de direita conservadora. 

Pesquisas feitas pela Fundação Perseu Abramo, o braço de estudos do Partido dos Trabalhadores, junto às populações pobres das periferias de São Paulo, assim como junto às mobilizações de rua, retratam uma situação que é escondida pela própria fundação. Um recente evento no Instituto Polis, organizado pela FPA para apresentação e discussão de uma pesquisa feita junto aos participantes da Marcha por Jesus, que teria reunido na rua, num só dia, mais de 2 milhões de pessoas não é apresentado no site da Fundação. Só é encontravel, pelos "fuçadores" como este blogueiro, no you tube. 

O dado preliminar dessa pesquisa é impactante e fulminante na contestação da versão dominante na opinião publicada. Nos movimentos de rua, contra e a favor do impeachment de Dilma, a predominância dos participantes era de mais de 40 anos e de classe média. Na marcha por Jesus, com volumes muito superiores de marchadores, a predominância é dos jovens.

O crescimento da população evangélica estaria ocorrendo pela ação das igrejas de uma vida presente e terrena, menos sofrida, oferecendo conforto "material" e espiritual. O material não é apenas de bens, mas também e, principalmente, de serviços de saúde. A aspiração aos bens de consumo não é considerado pecado, mas aceitável. Enriquecer não é condenado. É até desejável e admirado.
O espiritual veria de propostas de redenção, de renascimento pós morte terrena. Os conceitos de céu e inferno, a presença de Jesus x Diabo estão mais presentes do que na Igreja Católica. 
(um parênteses: a maior ameaça aos crentes é a presença do diabo, que se infiltra dentro das pessoas e as leva às práticas indevidas e ao sofrimento. O diabo é vermelho, como é a bandeira dos partidos de esquerda).

(cont) 




















Nenhum comentário:

Postar um comentário

Lula, meio livre

Lula está jurídica e politicamente livre, mas não como ele e o PT desejam. Ele não está condenado, mas tampouco inocentado. Ele não está jul...