O grande equivoco da democracia (8)

O quadro político brasileiro está péssimo e decorre da eleição pelo povo dos políticos atuais. 
A solução não está, como querem alguns poucos, em regimes de exceção para extirpar essa "corja".
As mudanças tem que ser feitas dentro da democracia, com garantia das plenas liberdades, inclusive a de votar mal.
E não se diga que o povo não sabe votar. Sabe votar sim, e tem as suas razões para votar em quem tem votado e poderá continuar votando nos mesmos.
Para mudar é preciso partir de diagnósticos corretos e os atuais são, na maioria dos casos, equivocados, decorrentes de paradigmas ultrapassados ou de desejos e não de avaliações racionais e objetivas.

Aqui temos exposto o nosso diagnóstico que, em síntese, assume que a maioria dos eleitores vota num candidato a deputado federal, para ele ser "despachante" para lhe dar acesso aos serviços públicos essenciais. Não é para ele ser representante de suas idéias, de seus valores.

E que a sua visão de "interesse público" se limita ao público até onde a sua vista alcança. Ou seja a comunidade em que vive. A população com a qual convive. 

A elite quer que o deputado seja um representante ideológico, e tenha uma visão de interesse nacional. Alguns vão além: querem que ele tenha visão mundial. Que se preocupe com o aquecimento global que afeta toda humanidade. 

A maioria ou quase totalidade dos deputados federais não se enquadra nesse modelo. O mais grave: "ele pensa localmente e age nacionalmente". Quando estuda ou discute um projeto de lei ou medida provisória, não está preocupado com a sua aplicação e impacto nacional, mas no impacto na sua comunidade, no seu eleitorado. 

O "mercado" não aceita essa realidade. Quer forçar a mudança de "cima para baixo", acreditando que isso ocorre por falta de educação do povo. Ou de que ele é manipulado. 

Esse equívoco de diagnóstico leva o processo a continuar como está. Para desgosto do mercado e da "zelite".

A opinião publicada está plenamente consciente que a sociedade brasileira está doente e que o "povo" elege quem ela acha que não deveria eleger. São constatações objetivas e irrefutáveis.

Mas ela se recusa a aceitar as causas reais. Inventa causas ilusórias para insistir em remédios ineficazes. 

Se o diagnóstico estiver errado, a medicação estará errada. 

Colocamos aqui uma "segunda opinião" para confrontar com a primeira. Para ser devidamente avaliada e discutida. 

(cont)

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