O problema não está na prisão de um Almirante, mas da prisão de uma privilegiada inteligência, por razões não políticas.
As ditaduras costumam prender e até matar o que elas caracterizam como inteligências perniciosas, por que essas pessoas a usam para contestá-las e combatê-las.
Ao longo da história a humanidade perdeu grandes inteligência, perseguidas pelo obscurantismo ditatorial.
Mas o caso atual é de prisão de uma inteligência por estar contaminada pela corrupção. Teria ele sido seduzido pelas ofertas das empreiteiras. Ou teria se aproveitado da sua autoridade para extorquir a empreiteira. Em qualquer das duas hipóteses a doença é a mesma: corrupção.
O Brasil, já pobre em conhecimentos e inteligência ser obrigado a descartar pessoas altamente inteligentes e especializadas, por estarem contaminada pela terrível doença é um perda lamentável, embora necessária.
O Contra-almirante da Marinha Brasileira Othon Luiz Pinheiro da Silva não foi guindado à Presidência da Eletronuclear por indicação política. Foi escolhido pela então Ministra Dilma Rousseff ainda no Governo Lula, pela sua competência técnica e renome internacional.
A questão maior não era a escolha do nome, mas de dar ou não continuidade ao programa nuclear brasileiro.
Apesar de todo o seu currículo técnico ao se tornar gestor de um imenso programa de investimentos, requerendo a participação de empreiteiras foi enredado num esquema de corrupção. Aparentemente não houve uma distribuição equânime entre aquelas o que deu origem a ressentimentos e às delações.
A sua participação nos esquemas corruptivos mostra que inteligência e preparo técnico não torna a pessoa imune ao vírus da corrupção.
Num país tão carente de talentos, inovação, a contaminação da inteligência pela corrupção é um mal muito maior que os bilhões que foram desviados.
Os opositores do programa nuclear não poderiam ter maior ajuda para brecar o programa do que a Operação Lava-Jato. E aqueles que ainda sonhavam com a volta dos militares ao poder, perderam o seu mais significativo representante, como símbolo de competência técnica e incorruptibilidade.
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