O setor de bebidas (2) - minicervejarias e cervejas artesanais

A melhoria de renda nos paises desenvolvidos e emergentes, vem gerando a oportunidade para a produção de cervejas artesanais, em domicílio, em micro cervejarias de âmbito local e por pequenas cervejarias especializadas, por preços mais elevados, sendo caracterizados como "premium".

Essas cervejas por serem vendidas a preços mais elevados, em função dos ingredientes e diferenciação de paladar, podem arcar com custos logísticos maiores, sendo assim passíveis de exportações a paises mais distantes.

Tem também custos maiores em função da escala de produção. 

Para ampliar a escala de produção, precisam buscar a ampliação da demanda, com maior participação no mercado mundial. 

O Brasil já tem uma significativa produção em micro ou minicervejarias, mas ainda inteiramente voltada para o mercado interno.

Segundo dados do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em 2017 estavam registradas 679 cervejarias, um aumento de 38% em relação a 2016.

As "cervejas artesanais" já representariam cerca de 1% do mercado nacional de cerveja, segundo a Euromonitor.

As microcervejarias seguem a trajetória das "start-ups" de tecnologia.

Quando um pequeno empreendedor passa a produzir uma cerveja artesanal que "cai no gosto do mercado", se expandindo, saindo do seu nicho local e chegando às gôndolas dos supermercados nos grandes centros urbanos, são comprados por uma das grandes cervejarias.

Isso já ocorreu com a Colorado, de Ribeirão Preto, São Paulo, adquirida pela Ambev.

A Schincariol assumiu o controle da Baden-Baden de Campos do Jordão, São Paulo e da Eisenbahn, de Blumenau, Santa Catarina. Com a transferência do controle,  para a Heineken, essas marcas passaram a fazer parte do portfolio da cervejeira holandesa, a segunda maior do Brasil. 

São marcas com um mercado mais amplo, mas cuja escala não seria suficiente para abertura de novas fábricas do produtos, seja em território nacional como no exterior.

Integrado à rede de comercialização das grandes cervejarias mundiais, instaladas no país, podem ser objeto de exportações. 

O que ainda não estaria ocorrendo, em grande escala. E por que não ocorre?

Quais são os casos de exportação de cervejas artesanais?

A Cervejaria Wäls de Minas Gerais, comprada pela Ambev, em 2015, seria a primeira cerveja artesanadl brasileira a exportar, segundo nota do SEBRAE sobre as microcervejarias (http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/8818d2954be64fcda8628defef1f70f8/$File/7503.pdf, acessada em 01/03/2018) 


Seria vendida para os EUA e Canadá, mas a Ambev teria um proejto de expansão para exportar para a Ásia. Mas para isso estaria sendo construida uma fábrica na Califórnia. 

As exportações maiores  ainda são das microcervejarias independentes, em associação com algum distribuidor local. 

Não temos ainda confirmação desses dados.

A compra das microcervejarias pela Ambev segue uma estratégia do grupo controlador (AB InBev), que segundo artigo do jornal Valor, já teria comprado 5 essas microcervejarias nos EUA:

A Anheuser-Busch InBev (AB InBev) anunciou ontem que fechou acordo para adquirir a cervejaria Golden Road Brewing, com sede em Los Angeles, nos Estados Unidos. Essa é a quinta cervejaria artesanal que a companhia compra no mercado americano desde 2011.
Fundada em 2011, a Golden Road é a maior cervejaria artesanal de Los Angeles, com uma venda estimada para este ano de 45 mil barris de cerveja. Atualmente, a cerveja é distribuída em 4 mil pontos de venda na região de Los Angeles.
Anteriormente, a AB InBev já havia comprado as cervejarias artesanais Goose Island Beer Company, Blue Point Brewing, 10 Barrel Brewing e Elysian Brewing como parte do portfólio da High End Unidade de Negócios da Anheuser-Busch - todas nos Estados Unidos. A aquisição de cervejarias artesanais tem por objetivo ampliar a participação da AB InBev em um segmento que vem crescendo e já representa 12% do mercado total de cervejas dos Estados Unidos.

24/09/2015 às 05h00 AB InBev compra cervejaria artesanal