Duas das mais recentes ações da PGR, sob comando de Rodrigo Janot dão indícios das reais razões que a tem movimentado.
(na política atual do Brasil, dominam as ilações baseadas em indícios. Cada vez mais, o que importa não são os fatos, mas aquilo que a midia publica. Ela transforma a versão em fato consumado e consumido).
Desde a divulgação antecipada e precipitada do áudio da gravação secreta e ilegal de Joesley Batista, segundo a Teoria da Conspiração, a PGR estaria manobrando para brecar a aprovação das reformas. A preocupação maior era com a Reforma de Previdência que reduziria privilégios da classe.
Facção da PGR, aproveitando a receptividade social da sua forte e proveitosa ação contra a corrupção, usando a suposta defesa irrestrita da Operação Lava-Jato para contestar toda e qualquer oposição àquelas - supostamente - vem atuando para que políticos corruptos não aprovem uma Reforma Ampla da Previdência.
Essa facção mostrou a sua força e foi vitoriosa na indicação da Lista Tríplice, com um decisivo apoio, atuação e manobras do Procurador Geral. Com essas, levou ao topo da lista tríplice o "tercius", que não estava na lista dos favoritos, mas que mais representa o corporativismo da classe. Ademais é o principal aliado de Janot na sua disputa pessoal com Gilmar Mendes. Aqui também são ilações.
Mas um fato objetivo é mais relevante, embora não tenha o mesmo destaque na mídia. A PGR entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a Lei da Terceirização.
Uma ação mais uma vez - aparentemente - inoportuna. Mas dentro da suposta estratégia da corporação, mais que necessária. Nas vésperas da apreciação da Reforma Trabalhista na CCJ. Com o claro objetivo de influenciar na votação.
Também pode ter sido o preço cobrado pelos Procuradores do Ministério Público do Trabalho que votaram a favor de Nicolao Dino.
A isso se soma o fatiamento das denúncias contra o Presidente. A primeira é fraca. É mais um manifesto para o público do que uma peça jurídica. Podia ter esperado para juntar com a segunda, que virá com mais substância e comprovações. Mas a precipitação está dentro da mesma estratégia de provocar atrasos na aprovação - agora - da Reforma Trabalhista. A estratégia é clara. Essa não é a mais importante, mas ao mantê-la como obstáculo, retarda a apreciação da Reforma Previdenciária.
Há um objetivo explícito: derrubar um Presidente da República em exercício. Para demonstrar e cristalizar para a história, o poder do Ministério Público.
Mas esse não é ainda o objetivo real. Esse é postergar a aprovação da Reforma Previdenciária. Quanto mais o Presidente resistir aos ataques da PGR, com apoio parcial do STF - que também abriga, na sua estrutura, interesses corporativos - mais a pauta do Congresso ficará parada.
Espera que com a atenção voltada para reprovação da autorização para investigação pelo STF do Presidente da República, a apreciação da Reforma Previdenciária seja sucessivamente adiada, levada para 2018.
Ai se espera que, em função das eleições, e da reação contrária de grande parte da população à Reforma, ela seja postergada para 2019 ou para mais adiante.
Não por outra razão, os principais mentores e difusores das "pos verdades" sobre a Reforma Previdenciária são as entidades representativas do funcionalismo público.
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