O populismo da sociedade

O populismo se caracteriza pela proposição de soluções fáceis a problemas complexos. São soluções simplistas de entendimento generalizado, em geral, de caráter mágico, colocadas como se dependessem apenas da vontade do governante.
Uma das manifestações populista mais comum é a que associa a gestão das contas públicas à gestão das contas domiciliares pela dona da casa: não gastar mais do que ganha. 
Conter a pressão dos filhos menores por mais gastos pode depender apenas de firmeza. Já conter os gastos com o funcionalismo público é mais complexo. Requer também firmeza, mas não é suficiente. 

Diante das sucessivas revelações, seguidas de prisões de grandes empresários e políticos, há uma inversão. Não são políticos populistas propondo soluções simplistas. É a chamada sociedade organizada, simplificadamente caracterizada como sociedade, que quer uma solução simplista para governar o país. Basta ser honesto e ter bons propósitos. 

Como se supõe que todos os políticos são desonestos e só defendem os seus próprios interesses, o candidato a Presidente da República precisa ser um não político. Isto é, não ter antecedente de atividade politico-eleitoral.

A sociedade está atrás de um novo "salvador da Pátria". Mas de forma proativa e não reativa. Isto é, não está esperando pela emergência de um "Messias" que venha pregar a salvação. Está procurando por ele e quer que o indigitado supostamente encontrado aceite o encargo. 

Como é um encargo, o suposto redentor pode fazer exigências e enfrenta resistências familiares. Mas, ao final, a sociedade organizada espera que, pelo bem da Pátria, ele aceite. 

O que ele exige - como sempre - é "carta branca" para escolher os seus auxiliares, para impor  a sua vontade. Em outros termos, ser um "déspota esclarecido" que é um eufemismo para ditador, bem intencionado. Mas sempre um ditador.

(cont) 










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