O processo decisório do eleitor

A decisão final do voto do eleitor para deputado federal, envolve dois elementos principais:
a visão dos seus interesses ou desejos que espera em relação aos políticos e a lista de candidatos, cada qual com antecedentes e propostas para atendimento daqueles interesses ou desejos, atendendo aos interesses públicos.

A visão do eleitor do interesse público é limitada "até onde a vista alcança". Essa visão pode ficar restrita à expectativa de solução dos problemas de responsabilidade pública, da sua rua, do seu bairro, da sua cidade, ou irá além do que consegue conhecer "a olho nú", abrangendo as questões regionais, estaduais, nacionais ou até mundiais.

Quando nacional, a sua visão é relacionada com o que afeta a vida cotidiana, como as questões culturais ou religiosas, como a (des)criminalização do aborto,  casamento homossexual, tratamento desigual entre homens e mulheres, preconceito contra negros, outros estrangeiros - internacionais ou nacionais.

A percepção nacional ocorre também em relação a questões do trabalho, como a melhoria das oportunidades de emprego, salário mínimo, direitos trabalhistas, aposentadoria e outras regulações ou ações de ordem nacional que afetam a renda individual ou familiar.

O estabelecimento e implantação de programas sociais de natureza ampla, pelo governo federal, tornou a ação dos deputados federais, mais ampla, mas o que interessa à maioria dos eleitores é a repercussão da ação nacional sobre a sua vida individual. Quando muito sobre a comunidade, ou seja, "até onde a vista alcança".

De uma lista imensa de candidatos o eleitor formará um visão daqueles que ele conhece ou são indicados pelas pessoas em quem ele confia. Ele - difícil ou raramente - irá votar num desconhecido, mesmo que desconfie de todos os que ele conhece.

Apenas uma parte do eleitorado - os de maior formação educacional - vota em função da filiação ideológica, isto é, se é de esquerda ou de direita. A maior parte não faz essa distinção porque não entende qual seja. 

Na lista dos candidatos a sua visão se limita aos antecedentes que são sempre apresentados de forma positiva pelo próprio candidato e negativa pelos seus opositores. Ele precisa decidir sobre qual a versão que ele aceita, o que estará sempre influenciada pelas visões dos que o cercam, sejam os familiares, os amigos, a igreja, o partido e outros.

O eventual envolvimento do candidato com a corrupção tende a ser o antecedente pessoal mais importante para o eleitor.

(cont)

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