O peso dos votos inválidos

O elemento mais importante das eleições de 2016 foi o volume de votos inválidos, somando-se as abstenções, votos nulos e brancos. 
Em São Paulo, os votos inválidos foram superiores aos dos candidato vencedor. 
Significa que com apenas 1/3 dos votos do conjunto de eleitores da cidade, Dória Jr foi eleito já no primeiro turno. Em algumas cidades, a invalidade dos votos foi ainda maior.
Esse quadro tende a ser maior em 2018, a menos que emerjam novos candidatos, sem carregar a carga de desconfiança dos eleitores. Nesse quadro, nenhum dos candidatos que já concorreram à Presidência terão chances de vitória, diante de um "novato". A esperança deles é que esse novato não emerja em 2018.
Os votos nulos e brancos são votos de descrença e de Inaceitação do quadro de candidatos apresentados. Já as abstenções representam mais a objeção ou a contrariedade com o voto obrigatório. Isso da parte dos mais escolarizados.
Mas um fator que pode ter contribuído decisivamente para o aumento das abstenções seria a redução das verbas para as campanhas, com a proibição das doações empresariais.
Embora proibida, continuava sendo usual o transporte de eleitores até próximo aos locais de votação, juntamente com o lanche: o famoso "pão com mortandela". Com a redução das verbas essa prática pode ter sido efetivamente minimizada. Sem essa facilidade o eleitor não saiu para votar. E esse fato tenderá a ter maior influência em 2018.
A redução de recursos para as campanhas pode ainda ter influída na menor mobilização ou "animação" dos eleitores para a participação nas votações. Não se criou o ambiente eleitoral, marcada pela profusão de propagandas e das bandeiras agitadas nos grandes cruzamentos da cidade. Muita gente não se deu conta de que dia 2 de outubro era dia de votar.
Essa "fuga" do eleitor será usado também pelos defensores do retorno das doações empresariais para que isso ocorra.