O motor do crescimento

Numa economia voltada para dentro, como a brasileira, o motor do processo econômico está no consumo das famílias, isto é, nas compras no varejo pelas pessoas.
São essas que, com a sua potência promovem um fluxo positivo da economia. São aquelas que, quando emperram, provocam a recessão.
O que, então, pode ser feito para dinamizar esse consumo?
Qualquer intervenção estatal artificial não é sustentável e resulta em situação ainda mais grave quando não é mais possível manter tais medidas. É o que acontece atualmente com a economia brasileira.
Não é por falta absoluta de renda, em função do desemprego. Se 12 milhões estão desempregados, 88 milhões continuam empregados, recebendo o seu salário. Mas estão contendo as compras, evitando se endividar com receio do futuro.
O problema maior está na visão pessimista sobre o futuro.
A sociedade brasileira, culturalmente é fortemente dependendo das sinalizações do Governo. Entende que ao Governo cabe conduzir a economia.
Quando acha que o Governo é incompetente ou titubeante na condução da economia, contém as suas atividades, contém os seus gastos e acaba amplificando os efeitos negativos.
Não há saída, através do Governo. Não há intervenção estatal na economia que não seja artificial e insustentável ao longo do tempo.
A única coisa fundamental que o Governo precisa fazer é cuidar das suas contas. O chamado "ajuste fiscal".

No momento estão na pauta da política econômica, o teto de gastos e a reforma da previdência. O primeiro precisa ser aprovado pelo Congresso, de imediato. Mais como sinalização do que pelos efeitos diretos sobre os gastos públicos. O segundo precisa ser apenas encaminhado. E nada mais.

Os empresários reclamam do excesso de intervenção governamental do governo Dilma, contido na nova matriz econômica. Mas com a queda dela, estão "aos magotes" em Brasília fazendo lobby cada qual defendendo uma nova política que atenda às suas visões ou aos seus interesses.

O Governo precisa dar uma mensagem clara de que os problemas da economia decorreram do excesso de intervenção governamental e que ele está se retirando. Não se trata de mudar os rumos da política econômica, mas ter menos política econômica.

Deixar que os agentes econômicos privados desistam de ficar esperando por sinalizações estatais e passem a trabalhar. Tirem os olhos de Brasília e voltem-se para o seu mercado, para os seus compradores, para a sua clientela.

E percebam que os consumidores querem, acima de tudo, estabilidade de preços. Enquanto prevalecer a cultura inflacionária, associada à dependência governamental, a economia não voltará a decolar.


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