A opinião publicada está revoltada e inconsolável. Algumas pessoas querem "trucidar" os políticos. Querem que todos sejam presos, a começar pelo chefe mor do esquema. Outras querem ir embora do país.
A maior parte quer a renovação total da política. E sonha com isso. Acredita no "poder das ruas" ou das redes sociais.
A renovação será possível, mas não como aquela gostaria. Dependerá dos eleitores.
O momento é outubro de 2018, quando haverá eleição geral.
Alguns acham que está longe demais. Mas no regime democrático há uma calendário certo a ser cumprido. Assim como regras: que os parlamentares atuais querem mudar a seu favor.
Outros estão iludidos achando que as ruas e as redes sociais serão suficientes, para em outubro de 2018, os eleitores não votarem nos mesmos. Elegendo outros mais decentes. Renovando o Congresso. E se movimentam em ações para que os atuais parlamentares não sejam reeleitos.
São pessoas dos grandes centros urbanos, com melhor formação educacional, que pouco conhecem da realidade do país. E os que conhecem não a aceitam. O que é revoltante mas inútil.
Falta educação do povo brasileiro? Sim falta. Inaceitável acham aqueles, do Brasil Rico e Educado. Mas é a realidade do Brasil Pobre. É sensibilizado pelos populistas. Mas esses eleitores são a maior parte do eleitorado brasileiro.
Os revoltados idealizam um país desejável que não existe. O país real é de uma população carente das necessidades básicas, com baixo nível escolar e sensíveis ou vulneráveis aos discursos populistas.
Como fazer com que essa população não vote "nos mesmos"? Sem a sensibilização e convencimento desses eleitores que estão em todo o território brasileiro, a renovação será baixa.
Pouco adianta ficar verberando contra os políticos, nas redes sociais, se a mensagem não alcançar os grotões, as comunidades de baixa renda, espalhadas por todo o Brasil.
A mídia leva os leitores a um equívoco: acreditar que existe um Brasil que vota.
Pessoa jurídica não vota. Quem vota são as pessoas físicas.
Para ações eficazes e não sonhadoras ou utópicas é preciso encarar a realidade, a partir de algumas percepções essenciais.
O primeiro é que eleitor brasileiro só pode votar nos candidatos do seu Estado. Não vota nacionalmente. Nacionalmente só para Presidente.
As avenidas de São Paulo e de Copacabana podem fazer campanhas para que não reelejam o deputado Sérgio Vidigal. Não está na lista de Fachin.
Mas quem aqui em São Paulo sabe quem é Sérgio Vidigal, para avaliar se merece ou não ser reeleito? Muito poucos e nem são eleitores no Espirito Santo.
Os eleitores da Região Metropolitana de Vitória bem sabem quem é, aprovando-o como Prefeito de Serra, município rico/pobre vizinho de Vitória. Foi eleito e reeleito Prefeito e teve a maior votação dentro do Estado para Deputado Federal, em 2014. Em 2016 não teve votação suficiente para ser eleito, novamente, Prefeito de Serra. Foi um dos casos de renovação. Mas a sua base eleitoral é suficiente para recolocá-lo de volta no Congresso em 2019.
Se os revoltados da Avenida Paulista não o querem de volta no Congresso, tem que fazer campanha em Serra. Quem entre eles sabem porque escrevo aqui que é um municipio rico/pobre?
E quantos ambientalista paulistas sabem quem é Lelo Coimbra? Eleito deputado federal com apoio financeiro da Vale e da Samarco. Em São Paulo não teria nenhum voto. Seria execrado. E não terá mesmo, em 2018, porque eleitor paulista não vota em candidato do Espirito Santo. Por impedimento legal.
Mas os eleitores de Anchieta e de outras localidades do Espirito Santo poderão levá-lo de volta ao Congresso Nacional.
A renovação do Congresso não depende de movimentos nacionais, organizados por São Paulo, Rio de Janeiro ou Brasília. Tem que baixar para os Estados e até para os Municípios de cada Estado Brasileiro. Com atuações presenciais e não apenas virtuais.
(cont)
Ver o que não é mostrado - Enxergar o que está mostrado Ler o que não está escrito Ouvir o que não é dito - Entender o que está escrito ou dito
Assinar:
Postagens (Atom)
Lula, meio livre
Lula está jurídica e politicamente livre, mas não como ele e o PT desejam. Ele não está condenado, mas tampouco inocentado. Ele não está jul...
-
Carlos Lessa - ex presidente BNDES As políticas públicas verticais focam partes ou setores específicos da economia, tendo como objetivo ...
-
Paralelo 16 é uma linha geográfica que "corta" o Brasil ao meio. Passa por Brasília. Para o agronegócio significa a linha divi...
-
Em todas as grandes (e mesmo médias) empresas dominadas pelos executivos homens, as mulheres que alcançam os postos gerenciais tendem a se r...
Nenhum comentário:
Postar um comentário