O lado feio do agronegócio

O agronegócio só toma conta das primeiras páginas dos jornais, capa de revistas semanais e o maior tempo dos noticiários de televisão quando envolvido em escândalos. 

O setor e o Brasil terão grandes prejuízos, com a irresponsabilidade da Polícia Federal, que fez e está fazendo um grande trabalho de combater a corrupção na Administração Pública.

Mas a forma de divulgação foi - ora amplamente reconhecido - um desastre de imagem. Pela seu estardalhaço e generalização, colocando fraudes cometidas por pequenos e médios frigoríficos com falhas cometidas pelas duas maiores empresas. Não há dúvida de elas cometeram irregularidades, pelos escalões menores.

Pode, no entanto, ter o seu lado positivo. A sociedade está sendo informada da importância do agronegócio brasileiro no mundo, com dezenas de países estabelecendo restrições às importações de carnes e derivados. Não é só a China. 

Em pouco tempo ficará demonstrado que os problemas, as fraudes são pontuais e não afetam a qualidade da carne exportada. Tampouco a destinada ao mercado interno. Embora as investigações subsequentes venham a apontar casos maiores do que foram inicialmente anunciadas.

O setor reagiu mal aos acontecimentos, adotando posições defensivas e de repetição de chavões que a sociedade pouco aceita: "estamos colaborando com as investigações" e por ai vai. 

Ainda tem a oportunidade de fazer do "limão uma limonada". Deve demonstrar a importância da cadeia de valor da pecuária brasileira para a alimentação do mundo, as sucessivas conquistas de mercado, os avanços tecnológicos. 

É uma tarefa difícil, porque os publicitários logo querem "dourar a pílula", o que terá efeito oposto ao desejado. Não pode ser um "oba-oba". O que precisa ser mostrada é a seriedade do trabalho. 

Se não o foi totalmente anteriormente, tem que pedir desculpas públicas, mostrar o que foi feito ou está sendo feito para corrigir. Antes que as empresas venham a ser obrigadas a fazer, nos acordos de leniência.

O que a sociedade brasileira, os consumidores esperam das grandes empresas é um "desculpem a nossa falha". E no caso da JBF é que seus porta-vozes, Tony Ramos e Fátima Bernardes o façam.

(cont)


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