Os perfis dos candidatos

Os concorrentes

Para o Congresso, mas principalmente, para a Câmara dos Deputados, estarão concorrendo 6 principais categorias de candidatos:
  • os "programáticos" ou "ideologistas";
  • os classistas, corporativistas, tribalistas e outros;
  • os despachantes;
  • os populistas;
  • os evangélicos;
  • os "caciques" partidários. 
Procuramos aqui caracterizar os deputados eleitos pelo Rio de Janeiro, que melhor se enquadram nas categorias, para efeito de exemplificação.


Os programáticos

Esses são predominantemente de esquerda, abrigados no PT, PCdoB e PSOL. Defendem ideais e programas. Não são ideólogos, no sentido de formular ideologias, mas seguem as de sua preferência. E conquistam os votos dos afinados com as mesmas. 

Os mais atuantes no Congresso são os deputados do PSOL. O Rio de Janeiro elege o principal líder do partido: Chico Alencar que, em 2014, alcançou 196 mil votos, dos quais 141 mil no Rio de Janeiro.

Comparado com os 87 mil, dos quais 60 mil no Rio de Janeiro de Alessandro Molon, do PT, Chico Alencar dominaria o eleitorado militante de esquerda.

O PT, embora tenha eleito 2 Presidentes da República, em 4 eleições sucessivas, nunca teve grande expressão eleitoral no Rio de Janeiro, não conseguindo eleger qualquer Governador do Estado ou Prefeito Municipal do Rio de Janeiro. A esquerda era tomada por Leonel Brizola, um líder ideológico.

O PT conseguiu eleger 5 deputados, dos quais 2 pela divisão das sobras. Fez coligação com o PSB e PCdoB. Este conseguiu eleger Jandira Feghali, outra lider bastante ativa.

Molon deixou o PT para se filiar à Rede. Em declínio no seu "cacife" eleitoral, caindo da primeira eleição para deputado federal, em 2010, de 130 mil votos, para 87 em 2014, e de 60 mil no Rio de Janeiro, para 43 mil em 2016, quando se candidatou a Prefeito, corre o risco de não ser reeleito. Supostamente por insatisfação do seu eleitorado com o seu desempenho no Congresso.  

Com a eclosão da Operação Lava-Jato, denunciando a grande participação do PT na montagem e operação dos esquemas de corrupção, rompendo a imagem de ética, perdeu grande substância nas eleições municipais de 2016. 

Dificilmente conseguirá aumentar a bancada em 2018, mesmo na eventualidade da candidatura de Lula à Presidência. 

Os partidos de esquerda estão enfraquecidos. O PSOL consegue eleger importantes deputados, no Rio de Janeiro e em São Paulo, mas falta estrutura nacional, estando com a sua sobrevivência em risco, com a cláusula de barreira.

Os programáticos de direita ainda não definiram um programa ou ideologia consistente. Ainda são mais anti do que pró: são contra a esquerda, o petismo, o luluismo, etc
A social democracia que seria uma terceira opção, ou terceira via, estaria no centro, com viés à esquerda, como o PDT, que no Rio de Janeiro, foi dizimado, ou com viés à direita, com o PSDB, que - do ponto de vista ideológico - só tem como ideário consistente, mas contraditório, a redução do tamanho do Estado. E uma posição operacional de disciplina orçamentária (fiscal).

As propostas ideológicas tem demonstrado pouca densidade eleitoral, com baixo poder de sensibilização dos eleitores, mesmo dos adeptos.


Os classistas

Os classistas são candidatos (deputados, quando eleitos) que defendem os interesses específicos de uma determinada classe ou corporação profissional, grupos ou coletivos. 

Vão de um Jair Bolsonaro que defende as visões e interesses da classe militar e policial, conseguindo - com isso - ser o deputado federal, mais votado no Rio de Janeiro, ao seu oponente Jean Wyllys, que representa a comunidade dos gêneros alternativos.

Esses são mais conhecidos por uma atuação mais agressiva e representarem comunidades com grande volume de eleitores e adeptos.

Outros representantes corporativos não tem a unanimidade da classe ou ela não tem grande expressão eleitoral, sendo insuficiente, por sí só, para eleger um deputado federal.

(cont)


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