O principal mecanismo para gerar mais renda na região subdesenvolvida do Brasil está na inserção dos pequenos e médios produtores agropecuários na economia de mercado
Esse segmento produtivo ainda está fortemente contaminada por elementos ideológicos, com a idéia de manter guetos socialistas dentro de uma economia predominantemente capitalista e privada.
Os governos com tendência à esquerda, segmentaram a produção agrícola de menor porte e criaram a categoria de agricultura familiar, para dar a ela benefícios maiores, sob a alegação de programas sociais.
A agricultura familiar não pode ser confundida com produção de subsistência.
A agropecuária de menor porte, incluindo a familiar, é a responsavel pela maior parte dos alimentos consumidos pelos brasileiros, seja "in natura", como processados.
A dependência do Brasil de alimentos estrangeiros é pequena, limitando-se ao trigo, malte, azeites e aos lácteos. Nos quais o Brasil não tem produção suficiente. Em outros produtos a importação decorre de preferências do consumidor e não por carência produtiva, como o caso de pescados (salmão e atum), chocolates e outros.
Qualquer que seja o produto da agricultura familiar ela precisa ser produtiva e competitiva. Não deve continuar sendo tratada como uma questão social, mas uma questão econômica, com forte impacto social.
A captura do Estado para manter condições não competitivas e assistidas pelo Estado tem objetivos políticos. A captura é também da própria agricultura familiar por políticos que são eleitos com os votos desses agricultores.
A manutenção das políticas públicas de caráter social, tem objetivos políticos e não econômicos.
O que interessa a um segmento de políticos é a manutenção da tutela dessa agropecuária de menor porte, para a sustentação de um circuito eleitoral permanente. Os deputados da chamada bancada ruralista, buscam os votos para se eleger desses agricultores e agregados, e no Legislativo operam em ações em benefício dessa população, para manter o vínculo eleitoral.
Interessa manter a dependência do Estado, pois essa é a forma de manter a continuidade do poder.
Essa dependência é benéfica mas limitada e mantém a agricultura familiar dentro dos níveis de pobreza. Não interessa promover um crescimento independente e uma forte ascensão social.
Essa é a razão pela qual a agropecuária nordestina, onde há o maior volume de unidades de agricultura familiar, se desenvolve lentamente, permanecendo sempre na dependência dos benefícios promovidos pelo Estado, intermediado pelos políticos.
Da mesma forma que a grande agropecuária exportadora a agropecuária de menor porte, tem os benefícios do clima (embora intermitentes), das condições da terra e tem à disposição muitas das tecnologias desenvolvidas para a grande agropecuária (indevidamente caracterizada como agronegócio).
A promoção do desenvolvimento da região subdesenvolvida do Brasil - caracterizada aqui como acima do paralelo 16 - deverá ter por base a produção agropecuária por unidades de menor porte, sejam familiares ou patronais.
Uma primeira condição será a de descaracterizar a visão de uma agricultura de subsistência, para dar maior ênfase à capacidade empreendedora do produtor.
A agropecuária de menor porte deve ser vista como um empreendimento de menor porte, que pode (e deve) incorporar todas as evoluções tecnológicas e promover a geração de emprego e renda.
(cont)
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