O Brasil após o Fica Temer

Temer não foi derrotado na Câmara, safando-se da ofensiva de Rodrigo Janot. 
Não ficou mais forte no cargo. Ficou e apenas um pouco menos fraco. Inteiramente refém da Câmara dos Deputados, liderado pelo seu Presidente Rodrigo Maia. 
Terá que governar com o quadro legal existente, sem qualquer condição de mudanças estruturais. E tendo que manter as defesas para não ser afastado, temporária ou permanentemente. 
O paradigma do processo é a tramitação do projeto de lei da reforma trabalhista. O Executivo encaminhou um Projeto de Lei, depois de ter recuado de fazer pequenos ajustes na CLT por Medidas Provisória.
A Câmara dos Deputados transformou inteiramente o projeto original, gerando um novo projeto, mais amplo e mais radical. Entre as principais alterações estava o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical. Alterou o Senado de que qualquer alteração introduzida seria derrubada no retorno à Câmara. O Governo tinha interesse em promulgar o projeto o quanto antes e prometeu aos Senadores e às Centrais Sindicais a fazer ajustes através de vetos e de uma Medida Provisória. Mais uma vez os porta-vozes da Câmara deram recado ao Presidente de que qualquer alteração seria derrubada na Câmara, seja dos vetos, como de eventual Medida Provisória.
O Presidente, descumpriu as promessas e sancionou o projeto sem qualquer veto, tampouco encaminhou qualquer Medida Provisória.
Rendeu-se ao poder (ou a ditadura) da Câmara dos Deputados. Suposta ou realmente por que é Câmara que tem o poder de autorizar o prosseguimento ou não das denúncias contra ele no STF. 
Janot, com as suas representações, fortalece esse poder, mas tem seus dias contados. Com o fim do seu mandato como Procurador Geral, irá passar de algos à vítima. E sua sucessora não deverá dar continuidade as ações movidas por ódio ou vaidade. 
Temer estará menos pressionado, mas não tem condições de conduzir qualquer mudança estrutural por novas leis. Muito menos qualquer mudança constitucional. 
Mudanças constitucionais como a reforma previdenciária, política ou tributária, só terão curso pelas lideranças na Câmara dos Deputados.

O parlamentarismo como sistema político de prevalência do poder legislativo não está institucionalizado, mas efetivamente implantado no Brasil. Ainda que com limitações.

O centro político está concentrado em Brasília, numa luta interna - fraticida - entre os diversos poderes, o que imobliza o Estado.

Com o Estado fraco o resto do Brasil, a economia privada podem continuar atrelado ao Estado, mantendo a crise econômica e esperando a solução da crise politica, ou "esquecer" o Estado e "tocar em frente".

É o que está acontecendo. 

Para a economia brasileira Temer ter ficado e enfraquecido é uma oportunidade para se desenvolver sem dependência do Estado. A única preocupação efetiva é com o aumento de gastos públicos que pode implicar em aumentos tributários.

Aprovar ou não a reforma previdenciária não vai tolher o andamento da economia. A economia brasileira está se descolando de Brasília. E quanto mais fraco ficar o Governo, ela vai se desenvolver mais. 



















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