Lideranças sem muito voto

Retomando a análise da origem dos votos dos deputados federais, focado ainda no Rio de Janeiro, temos um bloco intermediário formado pelos candidatos que se elegeram com menos de 100 mil votos, mas acima de 50 mil. 

Foram 16 dos 46 da bancada carioca. Não são "campeões de votos", mas nesse bloco ou grupo estão os que no Congresso assumem lideranças partidárias ou postos de direção.

O deputado que se tornou mais proeminente, desse conjunto é Rodrigo Maia, que eleito com 53.167 votos, o 29º colocado e único do DEM, ascendeu a Presidência da Câmara dos Deputados. Dentro do grupo foi o penúltimo. 

Índio da Costa, que foi candidato a Vice-Presidente na chapa de José Serra, em 2010, também está nesse grupo, de menos de 100 mil votos, mas suficiente para ser eleito, com base no Rio de Janeiro (capital). Candidatou-se a Prefeito do Rio em 2016 e não chegou ao 2º turno.

O PT não teve nenhum campeão de votos, em 2014, sendo o mais votado Alessandro Molon - 87.003 votos - que tem ganho visibilidade, promovido pela Rede Globo. Migrou para a Rede, assumindo a liderança do partido na Câmara. Apesar de expressiva votação, caiu do grupo I (mais de 100 mil votos) em 2010, para o grupo II (50 a 100 mil) em 2014.
Tem ainda nesse grupo Francisco Pinto. E da liderança da esquerda está Jandira Feghalli, do PC do B, mas plenamente associada ao PT.


O decano da Câmara dos Deputados, Miro Teixeira está nesse grupo. Cristiane Brasil, filha de Roberto Jefferson lidera o PTB, que fez parte da coligação liderada pelo PMDB. 

Três nomes do "baixo clero" que emergiram no cenário político, em função da cobertura da mídia aos trabalhos de Comissões, estão dentro desse conjunto: Hugo Leal, Celso Pansera, da tropa de choque de Eduardo Cunha e Sérgio Zveiter, que se notabilizou como relator da Comissão de Ética a favor da continuidade da denúncia contra Temer. Eleito pelo PSD, em coligação com o PMDB, transferiu-se para este, e no caso da relatoria, foi contra a orientação do partido. E antes que fosse expulso, retirou-se do partido.

Dos 16 candidatos eleitos dentro desse conjunto, 9 tem mais de 60% dos seus votos concentrados no Rio de Janeiro e em um segundo Municipio.

Cristiane Brasil, Miro Teixeira, Rodrigo Maia e Alessandro Molon tem mais de 70% dos seus votos oriundos do Rio de Janeiro.

João Ferreira Neto, do PR, teve 77 % dos seus votos concentrados em São João do Meriti, na Baixada Fluminense e mais 6% na capital, alcançando a mais alta concentração regional desse grupo: 83%. Perdeu, no nivel de concentração regional para Pedro Paulo e Otávio Leite, que estão no Grupo dos mais de 100 mil.

Celso Pansera em Duque de Caxias e Simão Sessim, em Nilópolis tiveram mais votos no seu Município de base do que no Rio de Janeiro,ambos com alta concentração de votos. Será necessário, no entanto, desagregar os votos do Rio de Janeiro por zona eleitoral, para uma avaliação melhor dos níveis de concentração. 

Dos outros 9 candidatos eleitos, no conjunto 50 a 100 mil votos, 7 podem ser considerados como eleitos estadualmente. Dois ainda tem concentração média, nos seus Municipios de base: Glauber Braga em Nova Friburgo e Arolde de Oliveira no Rio de Janeiro.




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