Ninguém dissemina notícias falsas (fake news)

Quem recebe uma notícia que acha que é verdadeira ou gostaria que fosse verdade, transmite a outros essa "sua" verdade.
Portanto ninguém transmite uma notícia falsa, sabendo que é falsa. Com raras exceções, baseadas em más intenções. 
O problema não está na falsidade da notícia, mas na aceitação pelas pessoas que as recebe e assume como verdadeira.

Esse processo se baseia no comportamento das pessoas que querem que a notícia seja verdadeira. Elas estão predispostas a aceitar como verdadeiras. Porque desejam que  as sejam. É um processo psicológico individual que se transforma em psicologia das massas.

E esse o objetivo de quem cria a notícia falsa. Procura as pessoas predispostas a aceitar como verdadeiras, porque desejada por elas.

Se alguém colocar na rede social a notícia de que "Paulo Maluf faleceu no Presídio da Papuda, em decorrência do agravamento dos seus problemas de saúde", essa vai viralizar. Porque há milhares ou até milhões de pessoas que querem que isso efetivamente ocorra. Elas não terão coragem de criar a notícia falsa, mas estão plenamente dispostas a transmitir, sem maior verificação. Porque no seu inconsciente, ou mesmo consciente, gostariam que fosse real. Querem que Maluf morra na prisão. Essa predisposição é o que faz transmitir sem qualquer verificação. 

Se alguém colocar a notícia de que "Lula desistiu de ser candidato", a notícia irá viralizar junto aos oponentes do ex-Presidente. Ao contrário, se a notícia for de que "Lula foi absolvido em Porto Alegre", antes de 24 de janeiro, essa irá viralizar junto aos seus adeptos. 

A proliferação de fake news não é um problema de  tecnologia, mas o desejo inconsciente das pessoas que determinadas notícias sejam verdadeiras, ainda que não sejam. 

A tecnologia facilita e acelera a disseminação das verdades assumidas. Mas é apenas o meio. O conteúdo continua sendo a velha "fofoca".