Não sem problemas

A Conab divulgou a nova estimativa da safra de grãos 2016/17 não só confirmando a previsão de aumento da prodfução, como com uma pequena melhora. A nova previsão é de uma safra de 215.268 t, contra a estimativa de 213.079 t em dezembro. Significa um aumento de 15,3% sobre a safra 2015/16. 
Como a maior parte dessa safra já está plantada e começa a ser colhida, essas previsões deverão ser efetivadas. As previsões das cotações internacionais apontam uma trajetória de alta o que deverá melhorar ainda mais as receitas cambiais. Já o efeito sobre o dólar deverá ser de compressão e valorização do real. Mas as exportações de grãos não são os únicos fatores que determinam as cotações. De toda forma o agronegócio contará com um grande volume de recursos, cobiçados por muitos. O mais voraz é o Estado, buscando se apropriar de parte da renda do agronegócio, através da tributação. 

Apesar das declarações otimistas das autoridades, toda essa safra será escoada, mas não sem problemas. Muitos caminhões terão que trafegar por estradas esburacadas. Alguns vão atolar. O valor do frete vai subir. Haverá filas nas rodovias de acesso aos portos. Não tanto como em outras safras, mas haverá, porque a capacidade logística não é projetada para picos. 

Diante desses a sociedade irá reclamar, vozes se levantarão contra a imprevidência governamental, contra a falta de ferrovias e a falta de planejamento.

O Governo pressionado, em primeiro lugar responsabilizará os governos anteriores e prometerá medidas, cujos resultados não serão imediatos. Mas irá acelerar o lançamento do edital do Ferrogrão, ligando o polo de grãos do Mato Grosso à Miritituba, no Pará, para o escoamento por hidrovias no norte do país. Terá que negociar aceleradamente a renovação da concessão da Malha Paulista com a Rumo. Tem agido, com muitos titubeios, demorando nas decisões. São ações necessárias, mas de efeitos de médio e longo prazos.

A ação mais imediata que já deveria ter sido tomada é a concessão da operação do trecho Palmas Anápolis, da Ferrovia Norte Sul, já concluída.

Embora também os resultados não sejam de curto prazo o Governo deveria priorizar os trechos ferroviários entre Eliseu Martins, no Piaui, e a Ferrovia Norte-Sul, em vez de insistir nos trechos da Nova Transnordestina, que ligam nada a coisa alguma e não terão carga imediata.

Deveria ainda inverter a prioridade dos trechos da Ferrovia Oeste-Leste - FIOL, licitando o trecho São Desidério - Figueirópolis, ligando o polo agro-pecuário do oeste baiano à Ferrovia Norte-Sul. 

Com essas medidas poderá assegurar o pleno escoamento, por meio ferrovia, da região do cerrado nordestino, que engloba a região do Matopiba, mais os nortes de Goiás e Minas Gerais, na terceira década deste século XXI.

Até lá a rodovia e o caminhão continuarão sendo os principais meios de transporte dos grãos para os portos. Com congestionamentos nos períodos de pico.







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