Não se exporta água

Em relação às bebidas, a principal objeção é que a maior parte do seu conteúdo é água. Seria mais econômico produzir localmente, seja junto a uma fonte de água adequada, ou mais próximo ao mercado de consumo. A produção compreenderia a mistura dos insumos - que podem ser importados - segundo receita própria ou concentrados. 

É o que ocorre com as cervejas populares, vendidas em grande escala, como os refrigerantes. A Coca-Cola é consumida em todo o mundo, mas a partir de produções regionais, a partir do concentrado fornecido pela matriz, ou algumas poucas licenciadas.

O mercado consumidor caminha no sentido de buscar bebidas diferenciadas, dando oportunidade à produção de marcas "premium" que, em função do valor, podem ser comercializados internacionalmente, com a água e a garrafa.

Por outro lado há todo um conjunto de bebidas diferenciadas, no qual a diferença está no local da produção, próximo às matérias primas. E a partir dai, pode ganhar o mundo, de forma líquida, já engarrafada. São os casos do vinho, como de destilados - uísque, vodca, saquê, cachaça e outros.

A grande mudança no setor de bebidas

A principal agregação de valor às bebidas passou a ser a sua fórmula, protegidas por marcas e patentes. 

O que viabiliza a exportação das bebidas não é o seu conteudo, volume ou peso, mas o intangível: o valor da marca.

E, mais uma vez, o valor econômico não é do país, mas das empresas sediadas dentro dele.

O Brasil pode se tornar um grande exportador de cachaça, mas isso depende de empresas multinacionais - que podem ter origem no Brasil - com ampla rede mundial, para o marketing e distribuição.

O Governo pode sempre ajudar, mas sem ter a iniciativa. Quando pretende comandar o processo sempre atrapalha mais que ajuda. 


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