Quando as coisas não vão bem é usual "parar para pensar". Rever os rumos adotados, tentar identificar os erros cometidos e repensar o futuro.
Mas as reflexões pouco adiantarão sem mudar os paradigmas. Acabam ficando presos a um círculo vicioso.
É preciso "pensar fora da caixa". Mas também não é suficiente. É preciso ingressar numa nova caixa. A maior dificuldade está em entender essa nova caixa.
O que são as novas circunstâncias. O que são os novos contornos da realidade.
Alguns casos recentes da realidade brasileira mostram essa dificuldade.
A notícia mais importante dos jornais de hoje - fora o despropositado alarme com a prisão já atrasada de Bendine - é o corte das verbas de investimentos públicos.
Dentro dos paradigmas tradicionais isso não poderia acontecer. Os catastrofistas da Globo news afirma que isso compromete inteiramente o futuro do Brasil. São os mesmos que criticam o excesso de gastos dos governos do PT. Os que iludiram a população com o PAC. E que os tecnocratas ainda encastelados dentro do Governo Temer tentaram iludir com a promessa de um programa Avançar. Que foi difundido amplamente pela mídia.
Aqui alertamentos que o programa Avançar era um retrocesso e tinha pouca possibilidade de se efetivar. O novo corte de investimentos apenas confirma o que era evidente. Mas não percebido.
O Estado Brasileiro não tem e não terá condições de investir, nos próximos anos. É preciso abandonar as ilusões e partir para alternativas viáveis.
Esse é o investimento privado. Mas esse tem uma lógica diferente do investimento público. Só irá investir no que tiver perspectiva de retorno econômico e viabilidade financeira.
O Brasil vem perdendo tempo, ao insistir em se desenvolver com base no investimento público. E perdeu mais uma oportunidade com a mudança de Governo.
É o momento de aceitar a realidade e gerar melhores condições para o investimento privado em infraestrutura.
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