A minha querida amiga e atual Presidente da ABRH Brasil - Associação Brasileira de Recursos Humanos, Elaine Saad, em editorial no sítio da entidade, a propósito do pós-impeachment da ex-Presidente Dilma Rousseff, faz a comparação com a mudanças de CEOs em empresas que vão mal. Permito-me transcrever um trecho.
"Recorrentemente, o sucesso ou fracasso de uma gestão é atribuído ao
líder, esteja ele à frente de um país, de uma empresa, de um time
esportivo ou de um projeto social. É o líder quem personifica os
resultados, para o bem e para o mal. Esperança para uns, temor para
outros, sua saída do posto determina a necessidade urgente de mudanças.
No mundo empresarial, há incontáveis casos de companhias que trocaram
seus presidentes e CEOs por consequência do fraco balanço financeiro,
da imagem arranhada perante o mercado ou pela necessidade de inovar o
modelo de negócio. E, em qualquer dessas situações, o grande desafio é
mobilizar as pessoas em torno do objetivo único de superar o mau momento
e abrir uma janela de novas oportunidades."
O modelo de negócio do Brasil que está em crise, não é apenas por conta da tentativa de substituir o "tripé macroeconômico" pela "nova matriz econômica". Essa frustrada tentativa que gerou a atual crise conjuntural, tem bases mais amplas que precisa ser devidamente avaliada para a sua mudança.
O vigente modelo de negócio do Brasil, com o objetivo de promover o seu desenvolvimento econômico e melhorar as condições de vida de toda sua população, concebido e implantado ainda nos anos cinquenta, é o da industrialização voltada para o mercado interno.
Um modelo bem sucedido que, apesar dos percalços transformou o Brasil de um país subdesenvolvimento em emergente, com um elevado nível de PIB, mas ainda com grandes problemas sociais.
O modelo se esgotou e deu origem à crise que não será superada apenas por ajustes fiscais ou ajustes institucionais. Será necessário mudar o modelo de negócio, tanto nas prioridades de produção/ produtos como de mercado, assim como nos instrumentos de dinamização e modelo de gestão.
Produtos:
linha de produção prioritária atual: indústria de segunda geração;
linhas de produção prioritárias novas: 1. agronegócio; 2 produção de bens da 4ª Revolução Industrial;
Mercados:
mercado prioritário atual: mercado interno para os produtos industriais, comércio e serviços;
Mercado prioritário novo: mercado mundial para os produtos industriais (maior inserção nas cadeias produtivas);
mercado externo para a produção do agronegócio;
Instrumentos de dinamização:
atual: subsídios e proteção governamental;
novo: inovação tecnológica;
Modelo de gestão:
atual: intervencionista, centralizada, impositiva junto ao Congresso;
novo: delegada (concessões), distribuída (maior iniciativa privada) e negociado (junto ao Congresso).
O novo Governo não tem a legitimidade necessária para assumir plenamente a liderança desse novo modelo de negócios do Brasil. Ademais não conta com uma equipe de peso para conduzir a implantação.
Mas como Governo de transição deverá criar as bases para que o novo governo, ai legitimamente eleito pelo povo em 2018, com respaldo da sociedade implante o novo modelo, com perspectiva para os próximos 34 anos (2050).
A discussão do tema deve começar já, para que as colocações iniciais e os contraditórios promovam uma ampla discussão nacional de forma que seja o tema central das campanhas eleitorais de 2018.
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