Morte anunciada das associações empresariais (1)

As associações empresariais estão morrendo. Com perdas sucessivas de associados e de receita, não tem sabido como reagir.

Justificam-se, racionalizam com a crise econômica e a retração dos associados que "cortam, prioritariamente, as contribuições associativas". Mas vencida a crise não conseguirão recuperar os associados e as receitas se não oferecerem a eles benefícios aos seus negócios e seus valores.
As perdas já vinham ocorrendo antes da crise geral e só foram agravadas.

As associações empresariais se baseiam na concepção geral de que "unidos seremos forte", ou usando o bordão sindical "unidos jamais seremos vencidos". 

Isso implica, em primeiro lugar, a existência de interesse comum entre os associados. Por que há sempre interesses conflitantes, de concorrência entre os associados. 

Em segundo lugar, o associativismo é reforçado quando há uma ameaça externa, um adversário ou inimigo externo que ameaça o setor como um todo. Não a um associado específico. Nesse caso o sentido seria corporativo. As defesas corporativas ficaram muito enfraquecidas com a Operação Lava-Jato e a repercussão popular contra as práticas empresariais, até então consideradas normais, mas que passaram a ser criminalizadas, diante da visão da opinião publicada. 

Outro propósito das associações empresariais seria a união para a conquista de posições. Neste caso, o objetivo seria a obtenção de benefícios governamentais, seja de natureza tributária, como regulatória, incluindo proteções contra importações. Com o enfraquecimento do papel do Estado, a forte contestação pela sociedade da "economia do compadrismo", as ações de aproximação com o "rei e sua corte", tornaram-se menos eficazes. Ademais com a restrição de recursos orçamentários, tornou-se ainda mais difícil a obtenção de benefícios governamentais, através da ação de "lobby". Ainda que legal e ética. 

Ou  o objetivo é  conquistar projeção social, com espaços relevantes na mídia. O objetivo seria de reconhecimento social, ou de superar imagens negativas.

Uma importante ação associativa, para a conquista de posições foi a de "organização do mercado", a fim de combater ações predatórias de "aventureiros" e eventuais "guerras de preços". Essa atividade tem sido caracterizada como de formação de cartel e combatido pelos Ministérios Públicos. Tornou-se inviável, pela prevalência da concepção nas entidades de controle social,  de mecanismos de "limitação da concorrência".

(cont) 







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