Marielle, Globo e sociedades

O assassinato de Marielle Franco seria apenas mais uma morte violenta para aumentar as estatísticas da violência urbana no Rio de Janeiro.
Porém o fato dela ser vereadora, da esquerda radical, defensora dos discriminados, dos direitos humanos dos civis - mas não dos militares - , portanto um público maior que o das pessoas comuns, mobilizasse no seu velório centenas de pessoas.
Seria uma notícia policial como várias outras, relevante, porém não com mais de uma chamada no Jornal Nacional e outros noticiários de menor audiência.

Porém a Rede Globo, um conglomerado acusado de direita, antiesquerda, combatida ferozmente pela mesma esquerda radical, da qual Mariella fazia parte, resolveu pautar o assassinato da vereadora como um fato diferenciado, notório e excepcional.

O seu noticiário em canais pagos, passou a acompanhar o velório, o féretro e o enterro em tempo presente. O seu canal aberto teve sucessivas chamadas excepcionais.

O que seria apenas mais um crime violento no Rio de Janeiro, com promessas de investigações rápidas, foi tornado pela Rede Globo num evento político, com alguma repercussão internacional, amplificada pela própria rede.

Não vamos nos deter aqui sobre as razões dos Martinhos e das suas equipes adotarem tal posição e estratégia.

O fato é que o séquito de centenas de pessoas, a quase totalidade de adeptos ideológicos da vereadora assassinada, caminhou em direção à ALERJ e retonou à Cinelândia aos milhares. 

Em várias outras grandes cidades brasileiras as parcas mobilizações promovidas pelos movimentos esquerdistas foram engrossadas por cidadãos indignados com a violência urbana.

O que seria apenas mais um crime urbano, a permanecer no âmbito policial, tornou-se um fato político obrigando o Governo se mobilizar, desde o Presidente da República e todas as autoridades, para uma elucidação a mais rápida do caso e prisão dos assassinos.

Para os assassinos e seus mentores foi um "tiro pela culatra". Quiseram eliminar um incômodo e vão ter a sociedade carioca e demais contra eles.

Como em outros casos de grande mobilização popular, o fato inicial, perde importância relativa, diante das novas questões e circunstâncias.

O fato de Marielle Franco ser de esquerda radical, contra a Policia Militar, generalizando a sua atuação pelos seus excessos, defensora dos direitos humanos de bandidos, perde relevância por ter sido "a gota d'água". A maioria das vozes que agora pedem ações mais enérgicas das autoridades não é de esquerda, nem de direita. O que os congrega é a indignação geral.

O inimigo comum é a corrupção que dominou o aparelho estatal, em particular o policial, promovendo as relações espúrias entre policia e crime, a leniência com a violência e outras sequelas que, geraram o ambiente de violência no Rio de Janeiro.

O que os mentores do assassinato de Marielle Franco tentar evitar é que esse cancro viesse a ser exposto. O que vão conseguir é que seja escancarado.

As primeiras investigações, já detectaram a primeira ponta desse conluio Estado-crime. As cápsulas das balas usada no assassinato da vereadora tem origem em estoques da Polícia Federal. 











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