Investimentos estatais em 2017

A realização de investimentos é a maior esperança do Governo e do mercado, para a reanimação da economia. Mas a sua efetivação envolve ainda muitas restrições.
O investimento privado está em "looping", isto é, em circuito fechado com encadeamento de dependências, o que não gera crescimento. O investimento depende da expectativa de crescimento da produção. Essa depende de investimentos, o que leva ao ponto inicial.
Já o investimento público opera, em geral, em setores com demanda reprimida, como o caso da infraestrutura. Pode até mesmo incentivar o aumento da demanda. A sua restrição atual está na carência de recursos.
A arrecadação tributária é inteiramente consumida com os gastos correntes, com uma enorme carga de juros da dívida pública. Há um déficit fiscal e pouco sobra para investimentos.

A proposta orçamentária da União para 2017, prevê apenas R$ 39 bilhões para investimentos. Além desse há cerca de R$ 90 bilhões no orçamento de investimentos das estatais, a maior parte da Petrobras.

A última programação da Petrobras, dentro do seu Plano de Negócios e Gestão, para o período 2015-2019, não atualizada para o período 2016-2020, previa investimentos de US$ 98,4 bilhões.

O novo plano, agora para 2017-2021, já aprovado pelo seu Conselho Deliberativo, mas que só será anunciado hoje, às 12:30 hs terá um volume menor de investimentos (capex) em função das restrições de financiamento.

O último PNG, rerente a 2015-2019 e as apresentações aos investidores, já da nova diretoria, ainda são marcadas pela comunicação "eufórica", enfatizando as conquistas e minimizando as dificuldades: "tudo vai bem, estamos alcançando as metas, vamos superar as dificuldades, etc", com pouco realismo. Mas, sem credibilidade.

Duas questões básicas precisam ser enfrentadas: a) a produção diária de petróleo irá cair - nos próximos anos - em função do declínio natural dos poços da bacia de Campos e maior tempo de ingresso de novos polos, principalmente no pré-sal da Bacia de Santos, b) os investimentos serão menores, em função da restrição de financiamentos.

A confirmação ou não das expectativas do mercado serão dadas na apresentação pública, marcada para hoje às 12:30 horas. Vamos aguardar.

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