Em recente entrevista ao "Estadão" Edmar Bacha defende que a principal necessidade do Brasil é a "abertura econômica".
Concordo plenamente no conteudo, mas divirjo ainda mais na denominação.
Tenho total implicância com o termo "abertura econômica" porque levou e ainda poderá levar a enormes equívocos, como ocorreu com o Presidenciável Ciro Gomes, quando Ministro da Fazenda.
Para o leigo, para a sociedade, abertura da economia quer dizer facilidade de importação. Eliminação de restrições. Para o consumidor rico é interpretado como facilidade de acesso aos automóveis mais modernos, em vez das supostas "carroças" brasileiras. Ter acesso aos mais modernos equipamentos eletrônicos, etc, etc.
Para o consumidor médio e, mesmo de pouca renda, significa ter produtos mais baratos.
Para o macroeconomista, abertura da economia quer dizer aumento da corrente de comércio exterior. O que é mais difícil de explicar. Quer dizer, aumentar as exportações e aumentar as importações.
Nas suas análises constata que o volume financeiro das transações com o exterior tem uma participação reduzida no PIB. Muito menos que dos paises mais desenvolvidos. O que caracterizaria uma "economia fechada".
Mas, como as explicações estatísticas são pouco compreensíveis, para simplificar prefere dizer "abertura da economia" em contraposição ao "fechamento da economia".
E os leigos e as autoridades despreparadas, liberam importações, sem negociar contrapartidas de abertura para os produtos brasileiros. Até porque os produtores não estão ou não estavam interessados em exportar. Só em proteger o seu mercado nacional cativo.
"Abertura da economia" é - sem dúvida - o mais importante. Mas não como política governamental. Sim, como profunda mudança cultural dos agentes econômicos e da sociedade brasileira.
Prefiro a proposição de "maior integração do sistema produtivo brasileiro nas cadeias mundiais de valor". O que, além de longo, não é de fácil entendimento. Pode ser simplificado para "maior integração do Brasil nas cadeias mundiais". Embora correto, é inadequado. Por que em casa de enforcado não se deve falar de cordas. Ainda que o sentido seja outro.
O mais simplificado ainda seria "Integração do Brasil no mundo".
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