Incerteza é o medo de que vá ocorrer o que não queremos

O problema maior da incerteza não é não saber o que irá ou poderá ocorrer, mas o medo de que vá ocorrer o que não se quer.

Esse é o grande medo da classe média, dos empresários e daqueles que se consideram ideologicamente de centro, em relação à eleição presidencial.

Em função disso a maioria dos analistas econômicos - que são majoritariamente de centro - vaticinam que a economia brasileira em 2018 vai ser fortemente afetada pela incerteza política. Não estão certos. Estão é com medo.

A tal incerteza (ou medo) político pouco vai afetar a dinâmica da economia. Essa vai ser inteiramente conduzida pelo setor privados, orientado pelas demandas: tanto internas, como externas.

Essa demanda - em 2018 - não depende do Estado (exceto em Brasília), tampouco do nível de investimentos. Estará na total dependência do consumo das famílias e das demandas externas. 

E o consumo das famílias será puxado pelo trabalho por conta própria, pelo trabalho informal que depende menos da decisão das empresas em empregar. O trabalho vai ganhar mais independência em relação ao empregador.

Essa mudança estrutural em curso ainda não entrou no radar dos analistas, presos a paradigmas do passado.

É essa dinâmica do mercado de trabalho, já uma decorrência da reforma trabalhista, que irá ditar os rumos da economia. Não a situação política. Essa está e vai amarrar a ação do Estado, no ano de 2018. Quem ficar na dependência do Estado corre o risco de sucumbir. 

O maior medo é a persistência da candidatura Lula à Presidencia, que permanece de forma consistente na liderança das pesquisas. E Lula tem prometido reverter tudo. O que tem sido entendido por aqueles que tem medo dele, como descontinuidade da política econômica conduzida pelo seu ex-Presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

Segundo algumas avaliações do mercado, esse medo ainda estaria em torno de 40%, ou seja, daqueles que ainda vêm o risco de Lula ser absolvido no TRF 4. Esse percentual refere-se ao dito centro, não considerando a esquerda que quer que Lula seja absolvido.

No dia 25 de janeiro o país acordará com a sentença do Juiz Sérgio Moro confirmada ou agravada. E o PT prometendo ingressar com recursos, o que fará imediatamente. Já tem praticamente pronto, porque sabe que o resultado será desfavorável. Só precisa incluir alguns pontos que serão colocados nos votos dos juizes.

O medo ou incerteza do mercado financeiro cairá para cerca de 15% entre aqueles que ainda temem que os recursos sejam aceitos e Lula siga como candidato, protegido por liminares. 

A emergência do voto inútil, refletido em queda de preferência nas pesquisas, ainda que se mantenha, levaria à incerteza a um nível inferior a 10%.

Esse nível de incerteza pouco afetará a dinâmica real da economia. 

Ainda que remanesça o outro medo: a eleição de Bolsonaro.

(cont)







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