Herança maldita!

A gastança promovida por Dilma,inicialmente com suporte de Lula, e depois por conta própria deixou vários legados malditos:
  1. um enorme rombo nas contas públicas federais;
  2. uma cultura de gastança que contaminou as finanças estaduais e municipais
  3. a não priorização dos gastos: tudo era prioritário e tudo ganhava mais recursos.
Gastou-se por conta de um futuro prometido como róseo e seguro, apesar de baseado num líquido negro. O pré-sal seria a redenção total da pobreza e alçaria o Brasil às primeiras posições na classificação do campeonato das maiores economias mundiais.

O maior beneficiário seria o Rio de Janeiro, em cujo litoral estão os maiores campos petroliferos, tanto da bacia de Campos, como de Santos. Apesar do nome, a principal produção do pré-sal está no Rio de Janeiro. E, por conta disso, a maior parte da cadeia de fornecedores se instalou no Rio de Janeiro. O Rio de Janeiro iria nadar em "petrodólares". 
O Rio Grande do Sul seria o segundo mais beneficiado com a instalação de um grande parque da construção naval. Estaria concorrendo com Pernambuco que, ademais, estava recebendo uma mega refinaria. 

Os dois Rios gastaram por conta. Aumentaram os quadros e os salários dos funcionários públicos, assumiram compromissos desmesurados e foram generosos com as empresas, concedendo reduções e até isenções temporárias, para que elas se instalassem no Estado. 

O pré-sal mostrou-se uma grande ilusão. Um delírio, vendido como sonho e que se transformou em pesadelo. Hoje se sabe que a real motivação não era a autossuficiência em petróleo e a construção de uma grande nação brasileira, mas o financiamento de um projeto de poder, para garantir 20 ou mais anos continuados de poder. 

Começou a desmoronar aos 12 anos. Ainda teve uma sobrevida de um ano e meio, mas as eleições de 2016 mostraram uma terra arrasada. Dificilmente o PT conseguirá retomar o seu projeto de poder.

O preço internacional do petróleo despencou. Até mesmo influenciado pela perspectiva de aumento da oferta mundial, com o pré-sal. Com isso a receita da produção do petróleo do pós-sal na bacia de Campos, também caiu e afetou os royalties dos Estados e Municípios.

O caso do Rio de Janeiro foi mais grave, com a conjugação de diversos fatores adversos. Por conta da preparação das Olimpiadas o Governo investiu fortemente na infraestrutura, sendo os maiores gastos com a expansão do metrô. Para melhorar a logística da cadeia produtiva do petróleo e de outras atividades ecônomicas, investiu no Arco Metropolitano, uma obra faraônica. Comprometeu recursos ainda com os programas de urbanização das favelas.

A Operação Lava-Jato, ao desvendar os procedimentos corruptos, nos programas de investimentos da Petrobras, provocando a paralisação das obras em andamento causou um imenso baque na economia carioca. As construções nos estaleiros e na Comperj entraram em ritmo de manutenção mínima. Milhares de trabalhadores foram demitidos, reduzindo a massa de compras no Estado. 

Com a frustração das receitas de impostos, em decorrência da paralisação dos empreendimentos e das demissões de trabalhadores, e mais a redução dos royalties, o Governo do Estado do Rio de Janeiro entrou em colapso.

Mas foi precedido pelo colapso das contas públicas do Rio Grande do Sul. Neste o quadro foi agravado pelos gastos excessivos com o funcionalismo público estadual, incluindo os elevados custos com o Judiciário. 

Chegada a crise não há soluções fáceis, tampouco pacíficas. 

Tanto o Rio de Janeiro, como o Rio Grande do Sul estão em "estado de guerra".

(cont)



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