Forças ocultas ou submersas

Jânio Quadros renunciou à Presidência da República, em 1971, acusando as "forças ocultas" que não revelou. Provavelmente porque sabia que existiam, mas não sabia quais ou quem eram.
A forças ocultas são - na realidade forças submersas, que ficam escondidas pelas camadas superiores, que a encobrem. Uma espécie de "pré-sal".
O histórico das tentativas de "delação premiada de Antonio Palocci" seria um caso. Ele conheceria essas forças, mas ele mesmo não as quis emergi-las na plenitude. 
Supostamente várias camadas mais relevantes, para a mídia e para a sociedade, estavam acima. 
Os procuradores da PGR mantiveram as proposições nesse nível, chegando a ironizá-lo como "biscoito de polvilho" o que é uma grande preconceito e injustiça: com o biscoito.
Palocci, percebeu as manobras das forças submersas e, para poder reduzir as suas penas, mudou o jogo e negociou uma delação com a Polícia Federal, não mais com a PGR, - aparentemente, contaminada por aquelas forças - retirou dela, todos os com foro privilegiado, mantendo à tona, figuras importantes, como Lula, Dilma e Gabrielli, mas em relação aos quais ele só tem a palavra dele.
Com isso a homologação da sua delação ficará a cargo do Juiz Sérgio Moro. Não precisará subir à Brasília. 

A defesa da Lula, teria conseguido uma vitória. Que seria de Pirro. Poderá conseguir tirar os inquéritos do sítio de Atibaia e do terreno do Instituto Lula, passando-os para a jurisdição de São Paulo. 

Se conseguir, Moro poderia ficar sem um processo contra Lula. Então a delação de Palocci seria "a sopa no mel", para continuar a sua atuação. 

Aberta a delação, alguns dos anexos trarão à tona algumas das forças submersas. Com efeitos devastadores.

As visões não aprofundadas dos fatos, principalmente por uma mídia, pouco informada, são de que as atribuições de julgamento dos processos penais de Sérgio Moro, tem origem e fundamento nos "malfeitos" na Petrobras. Não é bem assim.

A origem da Operação Lava Jato está na apuração de crimes de "lavagem de dinheiro". A Petrobras entrou no jogo, porque se detectou um imenso mecanismo de lavagem de dinheiro, a partir de um esquema de propinas nos contratos com a estatal. 

Os crimes imputados a Lula, no caso do sítio de Atibaia como do terreno do Instituto Lula, são de recebimento de vantagem ilícita, através da lavagem de dinheiro. Os gastos teriam sido uma forma de lavar dinheiro. 
A lavagem de dinheiro, implica em crime antecedente. Esse seriam contratos superfaturados e propinas pagas aos políticos controladores do esquema e dirigentes da estatal. 
A decisão da turma do STF estaria dizendo que não cabe ao Juiz Sérgio Moro, investigar se o mal uso dos recursos da Petrobras, através da Odebrecht, seria o crime antecedente.
Se o Juiz Moro não tiver indícios seguros de outros crimes que teriam gerado os recursos lavados nos gastos com sítio de Atibaia, ele terá que abrir mão do processo. O do Instituto Lula, seguramente, porque só teria havido um doador: a Odebrecht, ainda que através de laranjas.

As forças submersas estão contra as estratégias da defesa de Lula. Não querem a retirada dos processos das mãos de Sérgio Moro. Porque ele para não ficar com "as mãos abanando" pegará delação de Palocci para investigar todas as suas denúncias. 

Lavagem de dinheiro envolve sempre movimentação financeira. Essa é a principal tubulação. 

Na produção do petróleo em alto mar, grande parte do petróleo retirado nas plataformas é transportada por tubos flexíveis, assentados no fundo do mar. Como tal não são "visíveis a olho nu".

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Lula, meio livre

Lula está jurídica e politicamente livre, mas não como ele e o PT desejam. Ele não está condenado, mas tampouco inocentado. Ele não está jul...