Exportar para empregar (12) - CPD Toyota

A inauguração do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Toyota em São Bernardo do Campo, com a presença do chairman mundial da empresa e do chairman para a América Latina é mais um passo para a latinização da empresa, fato já analisado aqui e que deverá ser uma tendência inevitável de todas as multinacionais automobilística presentes no país. O âmbito territorial da dessas empresas não é mais um país, mas um continente. Ou um subcontinente. No americano o usual tem sido a divisão entre a América Latina e a América do Norte. Com o México podendo ficar num ou em outro.

O Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Toyota não tem por objetivo desenhar um carro brasileiro, mas ajudar a desenvolver os carros mundiais da empresa e ajustar os mesmos às condições peculiares dos diversos países latino-americanos.

A Toyota é pioneira na comercialização"on demand" e a produção flexível, o que mudou substancialmente o conceito da produção em massa uniforme. Todos os carros saiam iguais da linha de produção. As eventuais variações estavam nas poucas cores padrão. Depois de pronto, o carro poderia ter acréscimos de acessórios.

Agora o comprador do carro zero pode escolher diversas variações que são introduzidas ainda na linha de produção, de tal forma que o veiculo que sai daquela linha não é um produto genérico, mas específico de um determinado pedido, de um cliente.

Dessa forma o elemento principal do CPD ora inaugurado não são as instalações físicas, mas o programa "Five Continents Drive", conforme descrito pela empresa:

Explorar para conhecer

Para completar a data festiva, a Toyota também apresentou o projeto "5 Continents Drive", que levará engenheiros da marca para rodar de Corolla, Prius, Etios, Hilux e SW4 por mais de 20 mil quilômetros em toda a América Latina (5 mil só no Brasil) e conhecer na prática as mais diversas e adversas condições de rodovias e pavimentações -- a ideia é nova por aqui, mas já passou por Austrália e América do Norte, entre 2014 e 2015.

"O anúncio reforça o compromisso da Toyota com Brasil e América Latina. O centro de pesquisa também nos permitirá realizar mudanças mais rápidas em direção à nossa missão de desenvolver carros cada vez melhores", completa Steve St. Angelo, CEO da Toyota para América Latina e Caribe e Chairman da Toyota Brasil.

Ou sejam, os ajustes nos carros não decorrerão apenas dos das pesquisas e testes em laboratório, mas do conhecimento real do desempenho dos carros em terras latino-americanas.

Um outro dado não explicitado, mas provável, é da razão do CPD estar sediado em São Bernardo do Campo e não em Indaiatuba ou em Sorocaba. Onde a Toyota está fabricando ou montando os seus veículos.

Os indícios são da estratégia do Prefeito de São Bernardo do Campo, Luis Marinho, de desenvolver o Munícipio num grande polo tecnológico. Associado à indústria de defesa.

A "latinização" ou a "continentalização" das multinacionais faz parte de uma resposta às contestações à globalização, movimento crescente no mundo. Na dimensão industrial é uma estratégia defensiva de manter os mercados contra uma futura "invasão chinesa."

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