Esquerda, centro ou direita? (1)

A tradicional análise política divide os partidos políticos em esquerda e direita. E parte dos políticos assume um lado. Quando não assumidos ou qualificados viram centro. Com matizes: centro-esquerda, centro-direita e até centro-centro. No Brasil só tem esquerda e direita. Poucos assumem ser de direita. 

É uma classificação antiquada e superada pelas mudanças econômicas, sociais e culturais, mas que persiste a partir da produção acadêmica e influenciam a classe política. Mas não mais a maioria dos eleitores. Essa não faz a distinção, tampouco entende o que é ser de esquerda ou de direita.

A divisão nasce a partir da 1ª Revolução Industrial, quando se formam as empresas empregadoras, reunindo e acumulando capital e os trabalhadores assalariados, contratados por essas.

A esquerda emerge pela defesa dos trabalhadores, contra as condições de trabalho impostas pelos empregadores e às más retribuições ao trabalho. Os trabalhadores se organizam em sindicatos e passaram a ter o apoio dos políticos que por razões geográficas foram caracterizadas de esquerda. O outro lado ficou caracterizado como direita. Seriam os conservadores contrários às concessões aos trabalhadores. 

Essa organização da produção formal foi ampliada e alcançou o auge com a 2ª Revolução Industrial, mas já não se sustenta na fase atual do mundo produtivo, caracterizado como a 3ª Revolução Industrial. E já estamos ingressando na 4ª.

As diferenças não estão apenas na tecnologia, mas na percepção da importância de outras formas produtivas, que sempre existiram, mas eram menosprezadas. 

No Brasil, os sindicatos dos trabalhadores são os últimos bastiões da esquerda tradicional, mas sem a mesma força política anterior e capacidade de mobilização social. Embora, em função, de apropriação de recursos de origem pública, consigam manter a imagem de grande protagonismo.

Os sindicatos são apenas dos assalariados, que vem perdendo sucessivamente participação no mercado de trabalho. Ao ficarem apenas na defesa dos assalariados perdem representatividade e associados. E força política.

(cont)





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