Eramos felizes e não sabiamos!

Ao longo de doze anos dos governos petistas, o povo brasileiro viveu em condições supostamente melhores. A economia, como um todo, cresceu pouco, com altos e baixos, mas cresceu. Alguns segmentos cresceram mais. De um lado houve uma ascensão social das pessoas de menor renda, gerando uma suposta nova classe média. De outro, os rentistas e os bancos, nunca ganharam tanto. E a enfraquecida indústria brasileira conseguiu se manter. E os servidores públicos, nunca tiveram tantos ganhos e benefícios. A inflação apesar de algumas elevações, ficou sob controle, dentro das tais metas, uma ficção criada para justificar os juros altos. A classe média, incluindo a emergente, sob a ilusão da financiarização, pagou por esses, mas não reclamou muito. Afinal conseguiram comprar mais bens.
O mais importante é que não havia um desemprego intenso. E a cada anos eram criados mais empregos formais. 
As situações favoráveis foram promovidas e sustentadas por ações governamentais, que foram perdendo vigor. Os recursos públicos ficaram comprometidos com as sucessivas elevações das folhas de pagamento. Ai passaram a ser sustentadas por artifícios. Que depois vieram a ser conhecidos como "pedaladas".

Essa sustentação artificial foi suficiente para garantir a reeleição da petista Dilma, mas ela mesmo teve que mudar inteiramente a ação governamental, "abrindo as porteiras" para uma crise "nunca antes ocorrida no país". 

A percepção política da crise, alimentou o processo de derrubada da Presidente, com apoio de segmentos da classe média urbana, que foi às ruas para pedir "Fora Dilma". Sem medir o que poderia ser o "pós-Dilma".

E agora constatou que o "pós-Dilma" é ruim ou pior que com ela. 

Para uma grande parte da população não importa quem seja o culpado pela crise. Está infeliz e acha que a solução está, de novo, na derrubada do presidente de plantão. Para o imaginário popular, o "Fora Temer" resolveria os problemas. 

E uma parte crescente da população começa a ver em Lula, a solução para o retorno dos "bons tempos, em que eramos felizes e não sabíamos". 

Debaixo das ações governamentais de promoção do crescimento econômico, da melhor distribuição de renda, da ampliação de oportunidades de ascensão social e econômica de pessoas de menor renda, foi montado e operado o maior esquema de corrupção pública. 

Apesar da sofisticação do esquema, foi desvendado pela pela persistência de um grupo de jovens magistrados e procuradores, com apoio dos mais experientes e suporte das "vozes das avenidas" e da mídia. E a sofisticação do esquema deixou rastros comprováveis. 

Mas uma parte significativa da população, quer apenas a volta da parte boa do governo petista. E tem esperança de que os melhores dias voltarão com Lula na Presidência. 

Não é, pois, surpresa que Lula tenha a preferência nas pesquisas para a futura eleição presidencial. E continuará crescendo, com a persistência da crise. 

(cont)

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