A precarização com a terceirização

Os empresários enfatizam o seu lado positivo da ampliação legal da terceirização, valendo-se dos chavões de modernização, globalização e outros. Os trabalhadores só vêem o lado negativo, caracterizado como precarização. Vão ocorrer as duas coisas, com impactos diferentes por categorias de trabalhadores. 

O problema maior é de determinadas categorias econômicas que hoje são secundarizadas e poderiam passar a ser terceirizadas. O caso principal seria dos bancários.

Os caixas de bancos poderiam deixar de ser contratados diretamente pelos bancos. O serviço de atendimento dos caixas passaria a ser fornecido por empresas especializadas, que contratariam os trabalhadores. Provavelmente com menores benefícios e também com maior rotatividade. 

A "precarização" seria uma redução de remuneração desses trabalhadores. Mas se manteriam na mesma categoria econômica e filiados ao sindicato do bancários.

Com a terceirização ampla, no entanto, poderia ocorrer uma organização horizontal da atividade, com empresas especializadas em fornecimento de atividade de movimentação financeira de varejo. 

Essa empresa especializada garantiria aos bancos, aos supermercados, lojas de varejo, estacionamento e outros o serviço de recebimento  de valores. Com isso essa empresas poderia deslocar o seu empregado para diversas atividades, o que embaralhia a categoria econômica. 

Situação semelhante poderia ocorrer com os comerciários. Os serviços de reposição de mercadorias nas gôndolas, atualmente feitos por repositores diretamente contratados pelos supermercados, poderia ser feito por empresa especializada em logística, com a responsabilidade pela oferta permanente e automatizada dos produtos nas gondolas. Nesse caso, os operadores envolvidos continuariam sendo comerciários ou mudariam de categoria?

Os sindicatos dos trabalhadores parecem estar mais preocupados em não perder bases, vale dizer, receitas do que na ampliação dos empregos no Brasil. 

(cont)
  

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