Corrupção no imaginário popular

A Operação Lava Jato trouxe à toda uma extensa rede de corrupção que envolve a cúpula política e diversos empresários.

Para a opinião publicada que lê os noticiários ou assiste aos jornais televisivos, os fatos são conhecidos pelas descrições e eventuais divulgação de documentos e de gravações, devidamente legendadas.

Mas como a opinião não publicada percebe ou assimila a existência de corrupção?

A pessoa não lê o noticiário, tampouco o acompanha na televisão. Pode ouvir o rádio, enquanto desenvolve outra atividade.

Mas o que chama atenção pode ser difundido pela rádio-peão ou telefone sem fio. 

A corrupção é um elemento imaterial, mas é percebida pela mala de dinheiro, com as suas variantes. O dinheiro de alguma transação escusa pode estar numa sacola de loja de shopping center, ou numa mochila. Mas o que o imaginário popular absorve ou adota como imagem da corrupção é uma mala cheia de dinheiro. 

No "petrolão" as imagens do dinheiro jorrando pelas tubulações foram desenhadas pela Rede Globo. Apesar do volume de recursos desviados não houve uma imagem decisiva para caracterizar o imenso esquema organizado. 

A prisão de Marcelo Odebrecht o "principe dos empreiteiros" foi simbólica para a opinião publicada, mas pouco significativa para a não publicada. Ele tem a imagem de um jovem careca, típico de classe média sem qualquer atributo imaginário. Não tem cara de bandido. Para os mais antigos talvez houvesse alguma semelhança com o maléfico Dr. Silvana. O próprio Marcelo Odebrecht não deve saber quem foi o inimigo do Capitão Marvel.

Já no caso da JBF apareceu uma mala. E uma "corridinha". Tudo filmado.

E depois as malas do Geddel. As quais, segundo a Polícia Federal, reunia mais de 50 milhões de reais.

Materialização da corrupção. Mas de quem?

Rodrigo Rocha Loures nem candidato a deputado federal será. E se superar os impedimentos e for, não terá votos. Está irremediavelmente marcado como corrupto. Ainda que possa ter sido apenas um intermediário. Se ele não contar quem era o efetivo dono do dinheiro, permanecerão as ilações. Evidente, mas sem comprovação.

Geddel Vieira Lima e seu irmão Lúcio Vieira Lima, não terão votos. Mesmo este último ter sido o deputado federal mais votado na Bahia, em 2014.

E os outros?

Cada político dirá que os outros são ou podem ser corruptos, ele não. E quem vai acreditar?




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