Cenários dos próximos passos (5)

O eleitorado potencial de Lula pode ser desdobrado em três grandes grupos:
a) os de menor renda, também caracterizados como pobres, para os quais o governo Lula promoveu uma efetiva melhoria das suas parcas condições de vida e gerou oportunidades para ascensão social, através dos programas sociais, promovidas com recursos governamentais. Não se caracterizam ideologicamente, mas associam as melhorias a Lula e à estrela vermelha do PT. Nas classificações mercadológicas seriam claramente das classes D e E e parte da C.
b) os trabalhadores formais, a base inicial da liderança sindical de Lula e da formação do PT. 

c) os esquerdistas de classe média e alta que se aliam e apoiam Lula por ver nele um político capaz de promover maior justiça social, com redução das desigualdades econômicas e maiores oportunidades de ascensão social dos mais pobres. 

Os primeiros - que representam a maior parte do eleitorado de Lula e do PT - além de mais pobres tem baixa escolaridade e informação e estão mais propensos a aceitar os discursos de Lula. 

Esse eleitorado perdeu confiança no PT em 2016, por conta das revelações do envolvimento do partido e de lideranças com a corrupção, principalmente, na Petrobras. Isso resultou numa desidratação do PT que teve uma grande redução no número de Prefeitos eleitos ou reeleitos, também de vereadores. E desmentiu o mito de que o PT tem um eleitorado cativo da ordem de 1/3. Na maior cidade brasileira, São Paulo, onde Fernando Haddad havia superado o candidato tucano José Serra, em 2012, o petista não passou de 17% dos votos válidos. 
Lula tenta uma virada a partir do seu carisma pessoal e recuperar para o PT os votos perdidos em 2016.
Pelas primeiras pesquisas conseguiu em parte, alcançado o patamar tradicional, mas continuará enfrentando o fantasma da corrupção. 
Esse povo só tem um candidato que pode chamar de "seu". É Lula ou ninguém mais.  Não serve nenhum outro, mesmo o que venha ser ungido por Lula como o seu substituto. Não são votos do PT, mas de Lula.

A base do voto é a esperança. A esperança que se tornou um pequeno avanço para todos e realidade para alguns. E que foi revertida com o 2° Governo Dilma e com o Governo Temer. Lula representa a retomada dessa esperança.

Ninguém mais representa uma esperança. Todos podem fazer o mesmo discurso. Mas "não rola".



(cont)

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