Cenários dos próximos passos (4)

Os cenários mais importantes serão das variações do eleitorado em relação à Lula. Tanto os índices de aprovação como de rejeição.
Os partido se orientarão muito na escolha e registro dos candidatos pelos dados e projeções das pesquisas. O prazo final é agosto de 2018.
A partir do início da campanha eleitoral, os  podem índices podem mudar. São vários os casos de candidatos que começaram com menos de 5% e acabaram vencendo as eleições. E também de candidatos com mais de 70% de intenções antes do inicio da campanha e acabaram perdendo a eleição. 

Além dos indices quantitativos, as pesquisas qualitativas darão melhor indicação das tendências. 

Se as intenções de votos continuarem elevadas a favor de Lula, ele terá condições de sustentar a sua estratégia de manutenção da candidatura, mesmo com o risco da impugnação. Se apresentar quedas sucessivas, indicando uma tendencia regressiva os partidos de esquerda pressionarão pela sua retirada.

Um primeiro movimento importante a avaliar é se aqueles que não tinham intenção de votar em Lula, antes do julgamento de 24 de janeiro passariam a indicar o voto a favor dele. 

Esses podem ser desdobrados em dois subgrupos: aqueles que o rejeitam e os indecisos. Os primeiros, após a confirmação da condenação reiterarão a intenção contrária. Poucos serão os que mudarão de posição.

Já os indecisos seriam - na maioria - favoráveis a Lula, mas não confirmaram a intenção a favor dele, pela dúvida se ele poderia ser candidatao. Com o risco maior da impugnação da candidatura muitos deixariam a candidatura Lula de fora, escolhendo outro candidato.

Mas alguns podem aceitar a tese da conspiração integrada para evitar a eleição de Lula e que somente a mobilização popular poderia conter essa tentativa de golpe. E passariam a apoiar Lula. 

Quem seria esse eleitor e porque passariam a apoiar Lula? 

Uma hipótese é que seriam mal informados e ficariam convencidos que a condenação de Lula, em Porto Alegre, não impediria a sua candidatura. O que é pouco provavel. 
A sua indecisão seria pelo risco da impugnação e, portanto, seriam eleitores informados. Ainda que precaria e distorcidamente. 
A hipótese mais plausível é aquela que aceitariam a tese da vitimização passariam a apoiá-lo.

Diante dessa hipótese a estratégia de Lula/PT seria de reforçar a tese da conspiração e vitimização. Não seria trabalhar com a desinformação - como acham os seus oponentes - mas usar amplamente a informação distorcida. É o que Lula vem fazendo - de imediato - como reação à confirmação da sua condenação.

A outra questão, mais importante que a anterior, é se os que declaram a intenção de votar em Lula, confirmariam o voto ou deixariam de apoiar em função da confirmação da condenação.

Mais uma vez a opção estará em trabalhar com a desinformação do eleitor ou trabalhar com a informação distorcida. O que levará a uma batalha de comunicações.

A versão de Lula/PT para esse eleitor pouco informado e com baixo grau de reflexão e avaliação, será de que Lula não é ladrão, que nada foi provado e ele não se enriqueceu: o triplex do Guarujá não é definitivamente dele. E que a condenação dele decorre de uma perseguição política da elite que, para evitar que ele volte, retome os programas sociais e tribute mais os ricos para pagar esses programas. 

Ele seria uma espécie de Robin Hood que tira dos ricos para dar aos pobres. A maioria da população, principalmente os mais jovens, não tem a menor idéia de quem seja Robin Hood, mas muitos podem aceitar a versão. E como ele tira ou quer tirar dos ricos esses o acusam de ladrão. Mas para os beneficiados ele seria um "bom ladrão", que distribui o produto aos mais necessitados. Sem se "enricar" pessoalmente.

Esse é o ponto crítico da batalha da comunicação. Ele ser o proprietário do triplex do Guarujá, do ponto de vista jurídico pode ser caracterizado comao lavagem de dinheiro. Do ponto de vista político seria um símbolo de enriquecimento pessoal. Nesse caso, ele não seria um "bom ladrão" que "rouba para nós", mas um mau ladrão que se beneficia pessoalmente.

Para o seu eleitorado ele ser ou não corrupto não é o mais importante. O que ele quer saber é se ele está "roubando para nós" ou "roubando para ele".

Lula tenta vender ao seu público que ele não é corrupto, que na linguagem deles não é ladrão. E que as condenações fazem parte de uma conspiração. Muitos acreditam nessa conversa. 

(cont)





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