Bons nomes

Começam a emergir bons nomes para a composição do possível Ministério Temer. 

Ele tem quatro áreas estratégicas: o social, a saúde, economia e a agricultura.

Para o social, o nome que emergiu é da melhor qualidade. Ricardo Paes de Barros. O PB é o nome mais adequado que o Brasil dispõe para o setor. Embora não concorde com muitas das suas posições, tem a seu favor a solução que viabilizou a amplitude do Bolsa Família.O Bolsa Família não é invenção sua, tampouco do PT. Tinha antecedentes no Governo Sarney e foi criado pela Dna Ruth, Ruth Cardoso, então "primeira dama" do Governo Fernando Henrique Cardoso. E PB já estava no Governo através do IPEA. Os programas sociais não funcionavam por conta dos tecnocratas e burocratas que queriam controlar todos os detalhes dos programas e determinar no que poderia ser gasto ou não. Foi de PB, adotado por Lula, a ideia de simplificar inteiramente a burocracia, dando ao beneficiário para sacar o dinheiro na Caixa Econômica e gastar como melhor lhe aprouvesse. Distorções ocorreram, mas foram de pequena monta em função da ampliação do programa. Se Lula deve a alguém a sua reeleição e Dilma a eleição e reeleição, é a PB. 

A visão dele é contrária a qualquer assistencialismo. Os políticos sempre tiveram a ideia de que para conquistar os votos precisavam ser assistencialistas. O Bolsa Família comprovou o oposto. O Ministério Social incorporaria as diversas Secretarias às quais foram dados o status de Ministro para acomodar as diversas facções do PT. Já promoveria a redução de 4 Ministros.

A Agricultura é estratégica, neste momento de crise econômica. Por ser o único setor que mantém o crescimento. Mas perdeu dinâmica afetado pela crise geral e pelos cortes generalizados dos gastos públicos, afetando o crédito rural e os financiamentos à exportação. Além do desejo dos fazendários em tributar as exportações, para gerar caixa.

A Agricultura precisa de um nome político forte para que o Governo não atrapalhe o seu desenvolvimento. Ronaldo Caiado, em que pesem todas as restrições ao seu nome, é uma liderança que o agronegócio precisa neste momento. Quando os demais setores da economia também se recuperarem, a sua importância será menor. Mas neste momento é fundamental. Ademais é um nome do DEM, com o qual Temer tem que compor e não é de São Paulo. Tem a alternativa de Blairo Maggi, um empresário-político do setor. Seria a quota do PR, caso esse se alie. Ou poderia buscar a Senadora Ana Amélia, dentro do conceito de ter uma mulher do Ministério e substituindo outra. Atenderia ao Rio Grande e ao PP. Esse já aliado.

A Agricultura já incorporou a pesca. E o Desenvolvimento Agrícola dever ser incorporado ao Social. Não haveria redução de Ministros.

A saúde é o serviço que mais depende de uma atuação do Estado. É onde Temer precisa mostrar a sua capacidade de gestão. Para isso tem um bom nome para comandar a área: José Serra. O problema é que Serra não a quer

O importante é entender que o problema da saúde no Brasil não é, neste momento, de medicina. Mas de gestão. E se Serra recusar, pode recorrer a Anastasia. Outro ex-Governador que deu certo como gestor. É de Minas, portanto não de São Paulo. O que problema é também ser do PSDB que tem medo do fracasso.

A saúde deveria incorporar o Saneamento, que seria a melhor forma de "aumentar o cacife do setor".

Temer pode recorrer a José Goldemberg para o Meio Ambiente. É uma boa solução perante a comunidade internacional, ainda mais agora com a assinatura do Acordo de Paris. Mas será da sua quota pessoal, pois não é político e é de São Paulo.

Para a logística (reunindo Transportes, Portos, Aviação Civil, Integração Nacional e eventualmente Cidades - sem habitação que ficaria com o social e o saneamento incorporado à saúde), o Ministro mais adequado, neste momento, é um bom jurista para cuidar da segurança jurídica nas concessões PPPs.  O Governo não tem recursos suficientes para os investimentos em infraestrutura. Precisaria estabelecer parcerias com o setor privado e para isso precisa de um bom comando jurídico. É uma distorção, mas estratégica, neste momento. Haveria a redução de mais 4 Ministérios. A sua alternativa política é Eliseu Padilha, mas ele, provavelmente, será o Ministro Chefe da Casa Civil, incorporando dois outros Secretários com status de Ministro.

Mas sendo Temer também de formação jurídica, terá que usar a sua quota pessoal. Ele não conta no quadro político partidário um bom jurista que dê segurança jurídica aos investidores para as concessões e PPPs. Saudades do Senador Paulo Brossard e outros expoentes do direito brasileiro.

Dada a necessidade de "enxugamento da máquina" um ato de coragem é a criação do Ministério da Economia Criativa e Turismo, ou Ministério dos Serviços, dentro da visão de que são os setores mais promissores da economia brasileira, pós crise. Juntaria os atuais Ministérios do Esporte, Cultura, Ciência, Tecnologia, Inovação e Turismo. As comunidades corporativas dos setores ficarão escandalizadas, mas é uma concepção com base nas teorias administrativas, orientadas para os usuários. É uma concepção que já foi adotada pelo Governo de São Paulo, mas foi revertida pela pressão corporativa, mas prevalece ainda em alguns Estados. É uma solução quando considerada pela dimensão gerencial. A redução seria de 3 Ministérios.
Para isso Temer conta com dois nomes, ambos do PMDB e não paulistas. Com baixa aceitação social, exatamente por não serem paulistas.Henrique Alves e Moreira Franco.

A opinião publicada é dominada pelos paulistas, os quais parte de um preconceito regional. Se não forem de São Paulo e políticos não prestam.

Dentro da visão de "enxugamento" da máquina transformaria o Ministério da Fazenda em Ministério da Economia, incorporando o MDIC e o Ministério do Planejamento e Orçamento. Com a redução de mais dois Ministérios, essa nova estrutura teria uma redução de 13 Ministérios. Alcançando os desejados 20. O que ainda é muito.

Para o Ministério do Trabalho e Previdência, a alternativa é buscar uma liderança sindical. A primeira alternativa, ainda que polêmica seria o Paulinho da Força. O que envolveria a aliança com o Solidariedade.
Numa composição política com o PSD de Kassab um nome possível é de Ricardo Patah. O que ampliaria a resistência e oposição da CUT. Mas teria menor resistência empresarial.




 

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