Posicionamentos em relação à mobilidade urbana

O PSDB está numa disputa interna entre dois pré-candidatos para saber quem vai enfrentar Fernando Haddad junto ao eleitorado da classe média. Enquanto isso os dois candidatos mais forte disputam a maioria do eleitorado que está entre os de menor renda. O terceiro pré-candidato do PSDB é o único que quer disputar esse eleitorado. 
Haddad nunca foi petista de base, tampouco populista. Sempre pertenceu à classe média esquerdista, critico do modelo civilizatório ocidental, baseado no capitalismo e da vida urbana com carro.
Esse segmento evoluiu para a "demonização" do carro defendendo a prioridade para o transporte coletivo e, mais recentemente, o apoio ao uso da bicicleta. Adotou as teses ambientalistas, combatendo a emissão de gases de efeito estufa como o principal inimigo do planeta.
Essas teses tem grande apoio popular em todos os segmentos sociais, porém com diferenças de enfoques ou percepções. 
Alguns candidatos priorizam o metrô, embora esse não seja de responsabilidade da Prefeitura. A visão Haddad é focar nos corredores de ônibus e na implantação de sistemas de BRT, que atendem as vias estruturais. O objetivo é promover a substituição do carro pelo ônibus. O que não se tem conseguido.
A visão de modernidade nos transportes coletivos traz duas novidades: a introdução de linhas de BRT (buss rapid transit), com estações fechadas e pagamento na entrada da estação (como ocorre com o metrô) e criação de linhas de VLT (veículos leve sobre trilhos) o bonde moderno.
A posição populista prioriza os transportes coletivos nas periferias onde há insuficiência de veículos. Os ônibus demoram a chegar e quando chegam vem lotados. E os moradores da periferia cada vez mais são obrigados a ir até um terminal de ônibus, para se transferir a um ônibus que circula nos corredores. É uma racionalização do sistema para reduzir os custos econômicos, mas a custo do conforto do passageiro. 
Em 2012 o candidato Russomanno propôs uma diferenciação tarifária, reduzindo-a para os que só transitam dentro do bairro. Dada a falta de clareza na proposta, o PT veiculou a versão de que ele estava propondo um aumento da tarifa para os que andassem mais, a chamada tarifa quilométrica ou por seção. Isso levou a derrota dele, depois de ter liderada a disputa segundo as enquetes eleitorais prévias. Ele deve voltar à proposta, melhor formulada. O sucesso ou insucesso dependerá de como será recebida e interpretada. 
Outra alternativa tarifária é da tarifa zero, defendida pelo Movimento do Passe Livre, com adesão parcial dos jovens.

A partir dessas considerações podemos identificar as seguintes propostas básicas que poderão ser adotadas pelos candidatos:

  • Modernização do sistema de transporte coletivo envolvendo:
    1. criação de uma rede de VLTs, sendo a prioritária, em torno do corredor Av Faria Lima, Av. Berrini, Av. Chucri Zaidan até a Chácara Santo Antonio;
    2. assunção e conclusão pela Prefeitura Municipal da linha ouro do metrô, em monotrilho;
    3. substituição dos corredores convencionais por linhas de BRT;
    4. ampliação da frota de ônibus com ar-condicionado.
  • Priorização, estruturação e expansão da rede de corredores de ônibus, reservando-os exclusivamente para linhas tronco, com alimentadores nos terminais;
  • priorização para a expansão quilométrica das faixas de ônibus, com baixo investimento;
  • manutenção das linhas de bairros, com utilização dos corredores e faixas de ônibus.
  • com relação ao sistema de cobrança:
    • manter e aperfeiçoar o sistema existente, com expansão do bilhete único, mas mantendo o cobrador nos veículos;
    • eliminar a cobrança dentro do veículo;
  •  com relação ao sistema tarifário:
    • manter o sistema de tarifa única, com os descontos para estudantes, idosos e outros previsto em lei federal;
    • estabelecer descontos para usuários de linhas locais, que não acessam os corredores;
    • implantar a tarifa zero (ou passe livre), de forma total ou parcial. 

 

 

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